Combustíveis recuam em Goiás e gasolina puxa queda na primeira quinzena de setembro
Motoristas goianos encontram preços menores na gasolina, etanol e diesel. No restante do País, biocombustível sobe e só a gasolina apresenta leve queda
A primeira quinzena de setembro trouxe alívio para os motoristas goianos, que encontraram preços mais baixos na bomba. De acordo com a mais recente análise do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), em Goiás a gasolina foi comercializada a R$ 6,35, após queda de 1,73%. O etanol recuou 3,64% e ficou em R$ 4,40, enquanto o diesel comum caiu 0,82%, sendo vendido em média a R$ 6,08. Já o diesel S-10 manteve estabilidade, custando R$ 6,15.
Em Goiás, onde o consumo de etanol tem forte relevância, a queda registrada reforça a atratividade do combustível renovável frente à gasolina. A competitividade se mostra especialmente relevante em um contexto de alta no cenário nacional, já que o biocombustível subiu em várias regiões do país no mesmo período.
Segundo Renato Mascarenhas, diretor de Rede de Abastecimento da Edenred Mobilidade, os dados confirmam um novo momento do mercado regional. “Nesta primeira quinzena de setembro, observamos um cenário de alívio para o bolso do consumidor no Centro-Oeste, com a queda nos preços da gasolina, do etanol e do diesel comum. Essa tendência de baixa, especialmente na gasolina, reflete um novo momento do mercado. O diesel S-10, por outro lado, manteve sua estabilidade, o que merece atenção por seu impacto direto nos custos de transporte e logística. Diante deste cenário, o etanol se destaca não apenas pela melhor competitividade no preço em todos os Estados da região, mas também por seu papel estratégico na transição para uma mobilidade de baixo carbono, consolidando-se como uma opção mais sustentável com menor emissão de poluentes”, avaliou.
Enquanto Goiás e o Centro-Oeste registraram quedas expressivas, no restante do Brasil o comportamento foi distinto. A gasolina teve retração de 0,16% em média nacional, ficando em R$ 6,33, o que representou uma continuidade da trajetória de queda iniciada em agosto. Já o etanol subiu 0,92%, alcançando R$ 4,39.
Mascarenhas destacou essa diferença: “A gasolina seguiu em queda no início de setembro, dando continuidade ao movimento já registrado em agosto. Essa trajetória ajuda a aliviar um pouco os custos de abastecimento para os motoristas. O etanol, por sua vez, apresentou alta no mesmo período, o que diminui sua competitividade em várias regiões. Esse contraste reforça como o mercado de combustíveis pode variar em direções opostas a depender do produto, mesmo sem a ocorrência de reajustes oficiais”.
As análises regionais do IPTL confirmaram que a maioria das regiões acompanhou a leve queda da gasolina, com exceção do Sudeste, onde os preços permaneceram estáveis. Mesmo assim, foi nessa região que se registrou a gasolina mais barata do País, com média de R$ 6,19. O Norte segue na outra ponta, mantendo os preços mais altos: R$ 6,82 para a gasolina e R$ 5,19 para o etanol.
No detalhamento por Estados, Pernambuco apresentou a maior alta da gasolina, de 2,51%, chegando a R$ 6,53. Já o Distrito Federal se destacou pela maior redução, de 3,51%, comercializando o combustível a R$ 6,32. Ainda no DF, o etanol registrou a maior queda do País, de 3,98%, com preço médio de R$ 4,58. Mato Grosso, por sua vez, teve a maior alta do biocombustível, de 1,87%, alcançando R$ 4,36. O Acre segue no topo da gasolina mais cara (R$ 7,42), enquanto São Paulo lidera o ranking do etanol mais barato, a R$ 4,15.
Mesmo com a alta nacional, o etanol continua vantajoso em dez estados brasileiros, especialmente no Centro-Oeste, onde os preços médios mantêm boa diferença frente à gasolina. Mascarenhas reforça a importância desse dado: “Atualmente, o IPTL mostra que, em 10 Estados brasileiros, o etanol se apresenta como a opção mais vantajosa financeiramente em relação à gasolina, com destaque para os Estados do Centro-Oeste. Além do custo, vale lembrar que o etanol também traz ganhos ambientais: por emitir menos poluentes, contribui para reduzir a pegada de carbono e impulsionar uma mobilidade mais sustentável”.
Na prática, a queda dos combustíveis no Centro-Oeste, especialmente da gasolina em Goiás, traz impacto direto para o orçamento das famílias e para a economia regional. A redução representa não apenas alívio imediato para quem depende do carro no dia a dia, mas também tende a influenciar custos de frete, transporte público e logística, refletindo em preços de produtos e serviços.
A estabilidade do diesel S-10, no entanto, mantém atenção sobre setores que dependem fortemente do transporte rodoviário. Como destaca Mascarenhas, trata-se de um insumo essencial para a cadeia de abastecimento, e sua oscilação ou manutenção influencia de forma decisiva no custo de vida da população.
Ao mesmo tempo, o etanol reforça seu papel estratégico para Goiás e para o Centro-Oeste: além da competitividade, do biocombustível impulsiona a economia local, gera empregos e coloca a região em posição de destaque na agenda de transição energética, ao contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa.