Desde o último fim de semana, o Bosque dos Buritis, um dos pontos mais tradicionais de Goiânia, passou a ter seus portões fechados todos os dias das 22h às 6h. A decisão, adotada pela Coordenadoria de Guarda Ambiental (CGA) da Guarda Civil Metropolitana (GCM), tem como objetivo reforçar a segurança e evitar o mau uso do espaço público.

De acordo com Rodrigo Moraes, da GCM, a primeira operação foi marcada pelo caráter educativo. “As equipes orientaram os populares durante os fechamentos, sem registro de alterações. Os próprios moradores e frequentadores elogiaram a novidade”, destacou.

A moradora do Setor Central Janis Mendes afirmou apoiar a medida: “Acho que fechar o parque à noite é uma decisão acertada. Durante o dia é um espaço ótimo para passear com a família, mas à noite a gente percebe que fica mais vulnerável. Agora me sinto mais segura.”

O fechamento é respaldado por estudos realizados pela Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) em conjunto com a GCM. As análises apontaram problemas recorrentes no período noturno, como uso de entorpecentes e prática de atos obscenos, situações que vinham sendo flagradas em operações anteriores do programa GCM Presente.

Moraes explica que a medida tem respaldo legal no Artigo 150 do Código Penal, que trata de invasão de propriedade ou permanência em local contra a vontade de quem de direito, prevendo pena de até três meses de detenção ou multa. Também pode se aplicar o Artigo 233, referente a ato obsceno em lugar público, com pena de até um ano de prisão. “Quem for encontrado dentro do parque após o horário estabelecido pode ser conduzido à delegacia”, reforçou.

A expectativa da GCM é que a medida traga resultados práticos já nas primeiras semanas. “O Bosque é um espaço de lazer e patrimônio ambiental da cidade. Fechá-lo à noite é uma forma de proteger tanto a fauna e flora quanto a segurança dos próprios frequentadores”, ressaltou Moraes.

Apesar do caráter preventivo, a novidade divide opiniões. Há quem comemore o aumento da sensação de segurança, especialmente moradores do entorno, que relatam tranquilidade maior após os primeiros dias de fechamento. Por outro lado, alguns questionam se a restrição noturna será capaz de resolver de fato os problemas ou apenas transferi-los para as ruas vizinhas.

Por enquanto, a medida vale apenas para o Bosque dos Buritis, mas a GCM não descarta a possibilidade de ampliar a iniciativa a outros parques da capital, caso o modelo se mostre eficaz. A corporação promete monitorar os resultados e divulgar balanços para que a sociedade possa avaliar o impacto.

Enquanto isso, a regra é clara: o parque só pode ser frequentado entre 6h e 22h. Quem insistir em permanecer após esse horário estará sujeito a responder criminalmente.