O Estado de Goiás confirmou mais um caso de febre amarela em primatas, desta vez em Firminópolis, elevando para cinco o total de ocorrências neste ano. Os demais casos foram registrados em Abadia de Goiás (2), Goiânia (Residencial Fortville) e Guapó. Um outro caso em Goiânia, no Zoológico, ainda segue em investigação, enquanto o de Aragoiânia foi descartado.

Durante todo o ano de 2025, foram registradas 49 notificações de mortes de primatas, das quais 41 amostras foram coletadas para diagnóstico, resultando em cinco confirmações, 35 descartes e uma em investigação. Em 2024, foram analisadas 58 amostras, todas descartadas. Esse monitoramento constante permite identificar rapidamente a circulação do vírus e intensificar a vacinação em regiões de risco.

Desde 2017, quando foi registrado o último caso humano da doença no Estado, Goiás não havia confirmado novas infecções em pessoas. Apesar disso, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alerta para o cenário preocupante de baixa cobertura vacinal e reforça que a vacinação é a principal medida de proteção.

“Nosso trabalho não é apenas apoiar os municípios, mas também monitorar todas as ações e repassar as informações ao Ministério da Saúde, que acompanha os casos em nível nacional”, explicou a subsecretária de Vigilância e Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim. Ela destacou que a cada nova confirmação são convocadas reuniões técnicas com equipes municipais para definir medidas de prevenção e controle.

A cobertura vacinal contra febre amarela em Goiás está em 71,66%, abaixo da meta de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde. O esquema vacinal prevê a primeira dose aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. Para adultos, uma dose ao longo da vida é suficiente. “Se a pessoa perdeu o cartão ou não tem certeza de já ter recebido a vacina, pode procurar a unidade de saúde. Uma dose garante a proteção”, reforçou Amorim.

Para aumentar a imunização, a SES-GO realiza, até o dia 3 de outubro, a Semana de Vacinação contra a Febre Amarela. A ação inclui vacinação extramuros, busca ativa de não vacinados e mobilização da população por meio de rádios, carros de som, igrejas, escolas e centros comunitários. Além disso, as Vans da Vacina percorrem municípios com casos confirmados de primatas, facilitando o acesso à imunização.

A SES-GO reforça que os macacos não transmitem febre amarela aos humanos. Eles funcionam como sentinelas: quando adoecem ou morrem, indicam a presença do vírus na região, permitindo atuação rápida das equipes de saúde, intensificação da vacinação e medidas de proteção à população. “Cada registro feito em tempo hábil nos dá a chance de coletar o material do animal, confirmar a presença do vírus e ampliar a vigilância para os seres humanos, vacinando quem vive nas áreas próximas”, ressaltou Flúvia.

Ao encontrar macacos mortos ou doentes, a população deve notificar imediatamente a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em Goiânia, também é possível enviar informações pelo WhatsApp da Vigilância em Zoonoses, no número (62) 99152-2545, ou pelo aplicativo SissGeo, que registra a localização do animal via GPS. A orientação é não tocar nos primatas, mas, se possível, tirar fotos para envio.

A febre amarela é transmitida por mosquitos que picam tanto macacos quanto humanos, principalmente em áreas de mata e parques urbanos. Nos seres humanos, os sintomas iniciais podem se confundir com os da dengue, como febre, dor de cabeça e dores musculares. Em casos graves, a doença pode afetar o fígado, causando icterícia, e levar à morte.

Além da vacinação, a população deve adotar medidas de proteção individual, como uso de roupas que cubram braços e pernas, aplicação de repelentes e cuidado ao frequentar áreas rurais, chácaras e regiões de mata. A SES lembra que a participação da população é fundamental na vigilância da febre amarela e na prevenção da doença, garantindo a saúde de todos.