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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Mais caro para o bolso

Mensalidades escolares em Goiânia terão reajuste de até 12% em 2026

Reajuste acima da inflação reflete custos com salários, infraestrutura e programas pedagógicos

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 30 de setembro de 2025
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Foto: Marcos Santos/USP Imagens

As mensalidades das escolas particulares em Goiânia devem registrar o maior reajuste dos últimos anos em 2026, tornando o acesso à educação privada de renome ainda mais caro. Um levantamento do Grupo Rabbit, consultoria especializada em instituições de ensino, projeta aumento médio de 9,8% no País, índice mais que o dobro da inflação oficial prevista para o próximo ano. 

No caso da capital goiana, especialistas indicam que o reajuste pode variar entre 10% e 12%, e chegar a 15% em instituições com mensalidades mais baixas.

Segundo a vice-presidente do Sindicato das Instituições Particulares de Ensino de Goiás (Sinepe-GO) e presidente da Associação das Instituições Particulares de Ensino de Goiás (Aipeg-GO), o percentual está diretamente relacionado aos gastos e investimentos das escolas. 

“O cálculo considera folha de pagamento de professores e funcionários, encargos trabalhistas, manutenção da infraestrutura, insumos, impostos e investimentos pedagógicos e tecnológicos”, explica. A regra segue a Lei 9.870/99, que permite reajustes proporcionais aos custos e investimentos realizados, garantindo transparência.

Especialistas destacam que três fatores principais estão por trás do aumento acima da inflação: a inflação acumulada nos últimos meses, o reajuste salarial de professores e funcionários, e os investimentos em programas educacionais, como ensino bilíngue e projetos socioemocionais. 

Além disso, o setor ainda busca se recuperar dos impactos da pandemia, já que aproximadamente 70% das escolas estão mais endividadas que antes de 2020, e a inadimplência em algumas instituições chega a 20%.

O economista Leonardo Ferraz reforça que o aumento das mensalidades é resultado de uma combinação de fatores econômicos e pedagógicos. “A inflação acumulada de cerca de 5,15% no último ano refletiu diretamente no reajuste de salários e nos custos operacionais das escolas. Além disso, investimentos em tecnologia e infraestrutura, exigidos pela concorrência, impactam os preços. O setor ainda sente os efeitos da inadimplência pós-pandemia, especialmente em escolas que não puderam repassar custos durante a crise”, afirma.

O impacto financeiro para as famílias pode ser significativo. “Para famílias com renda mais modesta, os reajustes podem levar a cortes em outras despesas ou, em muitos casos, à migração para escolas com mensalidades mais acessíveis. Essa realocação gera efeitos indiretos na economia local, como redução no consumo de lazer, alimentação e transporte”, acrescenta o economista.

Em escolas de renome em Goiânia, a reportagem apurou que o reajuste já foi definido. Em uma instituição de ensino médio tradicional localizada no Setor Bueno, área nobre, a variação nas mensalidades será de aproximadamente R$ 400, enquanto outra escola no Setor Aeroporto, também com grande prestígio dentro da classe média alta goiana, anunciou reajuste de 11% para 2026. 

A recomendação para os pais é buscar diálogo com as escolas, explorando possibilidades de negociação, descontos ou planos de pagamento diferenciados, especialmente para famílias com mais de um filho matriculado ou alunos com bom desempenho escolar.

O cenário mostra que, para muitas famílias, manter ou iniciar a matrícula em escolas particulares de qualidade na Capital exigirá planejamento financeiro mais cuidadoso. 

O aumento expressivo das mensalidades, somado aos custos adicionais da educação moderna, como materiais e atividades extracurriculares, reforça a importância de avaliar prioridades e buscar alternativas que garantam educação de qualidade sem comprometer o orçamento familiar.

Leia mais: Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 4,81%

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