A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou uma ampla reformulação no calendário do futebol nacional, com mudanças significativas previstas para entrar em vigor já em 2026. O objetivo é claro: tornar o calendário mais racional, reduzir o número de jogos para clubes da elite e, ao mesmo tempo, ampliar as oportunidades para equipes das divisões inferiores. Entre as principais novidades estão a volta da Copa Centro-Oeste, a criação de novas competições regionais e o redesenho do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.
Um dos destaques é o retorno da Copa Centro-Oeste, que não era disputada desde 2002. A competição será realizada entre março e junho, com participação de 12 clubes da região, divididos em dois grupos de seis. Os quatro melhores de cada grupo avançam às quartas de final, em jogo único, seguidas de semifinais e final em dois jogos. O campeão enfrentará o vencedor da Copa Norte na decisão da Copa Verde, e ainda garantirá vaga direta na terceira fase da Copa do Brasil do ano seguinte.
Além da Copa Centro-Oeste, a CBF anunciou a criação da Copa Sul-Sudeste e o retorno da Copa Norte, ambas integrando o novo formato da Copa Verde. A ideia é preencher lacunas no calendário de clubes de médio e pequeno porte, garantindo mais partidas e visibilidade em nível nacional. Esses torneios, restritos a equipes que não disputam competições da Conmebol, serão realizados em até 10 datas.
Outra grande mudança será sentida no Campeonato Brasileiro, que passará a ser disputado entre janeiro e dezembro, com início já marcado para 28 de janeiro de 2026. Pela primeira vez, o Brasileirão começará ainda durante os campeonatos est

aduais, que serão encurtados para um máximo de 11 datas e finalizados até 15 de março. A competição nacional terá uma pausa de cinco semanas entre junho e julho, período da Copa do Mundo, respeitando a integridade técnica e física dos elencos.
A Copa do Brasil também será expandida: passará de 92 para 126 participantes em 2026, chegando a 128 no ano seguinte. O torneio terminará com final em jogo único, com pré-requisitos de infraestrutura e acessibilidade para a escolha do local. Haverá mais vagas oriundas dos campeonatos estaduais (de 80 para 102) e presença garantida dos clubes da Série A, que entrarão diretamente na quinta fase, antes das oitavas de final.
Com essas mudanças, a CBF estima um aumento de 82 vagas em competições organizadas por ela, ampliando a participação de clubes em divisões nacionais e fortalecendo o calendário das regiões menos representadas historicamente. A Série D, por exemplo, passará de 64 para 96 clubes.
A reformulação é resultado de dois anos de debates entre a CBF e os clubes, e marca uma tentativa da entidade de modernizar sua estrutura, aumentar o apelo comercial de suas competições e garantir um calendário mais justo e eficiente. A promessa é de um investimento de R$ 1,3 bilhão a partir de 2026, com aumento de 11% no número de jogos organizados e redução de até 15% no número de partidas disputadas pelos clubes da Série A.
Mais do que uma simples reorganização de datas, o novo calendário da CBF representa uma tentativa de equilíbrio: mais espaço para clubes emergentes e menos desgaste para os grandes, em um cenário que promete transformar a paisagem do futebol brasileiro nos próximos anos.