Papada não está ligada apenas ao excesso de gordura
A adoção de medidas preventivas ajuda a retardar ou minimizar o surgimento da papada
O aparecimento da papada, conhecida também como queixo duplo, não está necessariamente ligado apenas ao acúmulo de gordura, como sugere o senso comum. Especialistas explicam que diferentes fatores podem contribuir para essa condição, incluindo flacidez decorrente do envelhecimento, perda de elasticidade da pele e até alterações anatômicas, como a posição do queixo ou do osso hioide. Questões genéticas também desempenham papel relevante, o que explica por que indivíduos magros podem apresentar papada mesmo sem histórico de ganho de peso.
Embora o excesso de gordura localizada seja uma causa frequente, não é o único fator envolvido. Pessoas sem sobrepeso também podem desenvolver a condição devido a predisposição hereditária, alterações estruturais ou pela perda natural da firmeza cutânea com o tempo.
Na maioria dos casos, a papada representa apenas um incômodo estético, mas, em situações de maior volume, pode provocar desconforto funcional, como dificuldade de movimentação do pescoço e até alterações posturais. Além disso, o acúmulo de gordura nessa região pode indicar excesso de gordura corporal em outras áreas, aumentando o risco de doenças metabólicas, como diabetes e hipertensão.
A adoção de medidas preventivas ajuda a retardar ou minimizar o surgimento da papada. Manter o peso dentro da faixa considerada saudável, investir em uma alimentação balanceada rica em antioxidantes e praticar exercícios físicos regularmente estão entre as principais recomendações. Cuidados com a pele também são fundamentais: o uso diário de protetor solar e de produtos com ativos firmadores contribui para preservar a elasticidade e evitar a flacidez.
Outro fator de risco para o problema é o hábito de passar longos períodos com a cabeça inclinada para baixo, especialmente ao usar o celular. A chamada “tech neck” (ou “pescoço tecnológico”) favorece a formação de pregas e a perda de firmeza na região, acelerando o aparecimento da papada. A postura inadequada, repetida ao longo do tempo, pode acentuar o problema tanto pelo efeito mecânico quanto pela piora da circulação local.
Tratamentos dermatológicos e cirúrgicos
Especialistas destacam que atualmente há uma ampla variedade de procedimentos dermatológicos eficazes no tratamento da papada, escolhidos de acordo com a causa principal do problema seja ela acúmulo de gordura, flacidez ou a combinação de ambos.
Nos casos em que há excesso de gordura, opções como a aplicação de enzimas lipolíticas (mesoterapia), criolipólise da região submentoniana e aparelhos de ultrassom microfocado costumam ser indicadas. Já quando o fator predominante é a flacidez, técnicas como radiofrequência, bioestimulação de colágeno com ácido polilático, uso de fios de sustentação e procedimentos a laser se mostram eficazes. Em situações mais avançadas, a avaliação com um cirurgião plástico pode levar à indicação de lipoaspiração ou lifting cirúrgico.
A redução natural da produção de colágeno com o envelhecimento também favorece a perda de firmeza sob o queixo. Para estimular a síntese dessa proteína, o ultrassom microfocado e a radiofrequência aparecem como alternativas de destaque. Além deles, bioestimuladores como o ácido polilático e a hidroxiapatita de cálcio podem melhorar textura e sustentação da pele. O uso contínuo de cremes com ativos como retinol, vitamina C e peptídeos também contribui para a firmeza. Da mesma forma, uma alimentação rica em vitamina C, zinco e aminoácidos auxilia na produção natural de colágeno pelo organismo.
Embora existam exercícios voltados para a musculatura do rosto e do pescoço, as evidências científicas sobre sua eficácia ainda são limitadas. Estudos sugerem que a prática pode contribuir para uma leve tonificação, mas não garante a redução de gordura nem mudanças significativas no contorno da região submentoniana.
Na maior parte dos casos, a papada está associada a gordura localizada, flacidez cutânea e perda de suporte profundo, fatores que geralmente demandam intervenções clínicas específicas. Nesse cenário, procedimentos como enzimas lipolíticas, bioestimuladores, ultrassom microfocado e, em casos mais graves, cirurgia, são considerados os métodos mais eficazes. Os exercícios faciais podem ser utilizados como complemento, mas não substituem abordagens estruturadas e comprovadas.