O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Dor crônica afeta milhões de brasileiros e compromete qualidade de vida

Mais de um terço da população acima de 50 anos sofre com dores persistentes; especialistas destacam impacto físico, emocional e necessidade de tratamento multidisciplinar

Luana Avelarpor Luana Avelar em 6 de outubro de 2025
14 MATERIA CREDITOS FT Divulgacao
Foto: FreePik

A dor crônica atinge quase 37% dos brasileiros com mais de 50 anos, segundo dados do Ministério da Saúde, e se consolidou como um dos principais desafios de saúde pública no país. Diferente da dor aguda, que tem caráter temporário e funciona como mecanismo de proteção do organismo, a dor crônica é considerada uma doença em si. Persistente e incapacitante, ela interfere diretamente na vida pessoal e profissional de quem convive com o problema.

Especialistas em medicina da dor ressaltam que o quadro se instala de acordo com o cuidado adotado pelo paciente e também pela natureza da patologia. Uma enxaqueca não controlada, por exemplo, pode evoluir para a cronicidade. Já em doenças como a fibromialgia, a alteração do sistema de modulação da dor faz com que a sensação seja mais intensa e prolongada. “Depende tanto do tratamento adequado quanto da característica clínica da doença”, afirma a médica Mércia de Sousa, especialista em terapias integrativas.

O impacto vai além do físico. A dor constante prejudica o sono, limita atividades cotidianas e provoca alterações emocionais. Irritação, cansaço, sensação de incapacidade e perda de qualidade de vida são queixas frequentes nos consultórios. Para muitos pacientes, a falta de compreensão do ambiente de trabalho e da própria família aprofunda o sofrimento e pode abrir caminho para quadros de depressão. “É comum que o paciente se sinta discriminado, como se não quisesse produzir. Na verdade, ele deseja, mas não consegue por causa da dor. O acolhimento é essencial para que não se sinta desvalorizado”, explica a médica.

A complexidade da condição exige um tratamento multidisciplinar. A utilização de medicamentos pode amenizar o quadro, mas não deve ser a única estratégia. A recomendação é combinar abordagens que envolvem médicos da dor, fisioterapeutas, psicólogos e profissionais de atividade física. Técnicas como acupuntura, musicoterapia, meditação e práticas de relaxamento também são apontadas como ferramentas eficazes para auxiliar no controle dos sintomas.

A chave está em tratar corpo e mente de forma integrada, reconhecendo que a dor crônica é tanto uma experiência física quanto emocional. Para além das terapias, o apoio de familiares, colegas e amigos é apontado como um elemento central para a recuperação. “A empatia é um dos pilares do tratamento. O paciente precisa ser ouvido e respeitado para que se sinta valorizado e compreendido”, conclui Mércia.

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Tags:
Veja também