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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Variações

Etanol sobe 1,15% em setembro, mas a gasolina permanece estável

Em setembro, etanol registrou alta de 1,15% e alcançou R$ 4,41, enquanto a gasolina manteve preço médio de R$ 6,34

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 8 de outubro de 2025
Etanol
Foto: Agência Brasil

Em setembro, o preço médio do etanol no Brasil subiu 1,15%, chegando a R$ 4,41, o valor mais alto desde junho. Por outro lado, a gasolina manteve-se estável em R$ 6,34, sem alterações significativas em relação ao mês anterior. Os números foram divulgados pelo Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que consolida o comportamento dos combustíveis em mais de 21 mil postos do País.

Segundo Renato Mascarenhas, diretor de uma rede abastecimento, a alta do etanol reflete “pressões de demanda devido à mudança regulatória, que elevou a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, além das condições de oferta no mercado interno”. Ele alerta que fatores regulatórios, sazonais e agrícolas podem impactar diretamente os preços nas bombas.

Por que o etanol sobe enquanto a gasolina se mantém estável?

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, explica os motivos da diferença de valores entre etanol e gasolina: “O etanol aumenta independentemente da gasolina. Existem diversos fatores, como safra e entressafra. A alta tem ocorrido em todo o Brasil, muito em função do aumento da demanda. Além disso, tivemos uma safra com produção abaixo da expectativa, e esse conjunto de fatores pressionou o preço do etanol.”

Márcio detalha também as diferenças regionais: “O ICMS sobre o etanol não é unificado, ao contrário da gasolina e do diesel. Alguns Estados cobram mais, outros menos, e isso gera variação nos preços. Além disso, questões de mercado, como promoções temporárias, podem mostrar discrepâncias entre os Estados, mas isso não reflete uma tendência nacional”.

Quanto à estabilidade da gasolina, Márcio Andrade explicou que a Petrobras tem mantido o preço interno controlado, sem repassar de imediato as variações do mercado internacional. 

Ele destacou que, atualmente, o brasileiro paga em média 10% a mais do que o valor internacional, mas essa diferença oscila ao longo do ano. Essa política de manutenção de preços oferece previsibilidade e evita alterações bruscas, justificando a estabilidade da gasolina em setembro, enquanto o etanol segue reagindo às demandas do mercado interno.

No recorte regional, a análise mostra que o Sudeste registrou a maior alta para o etanol, 1,65%, mas manteve o preço médio mais baixo do País, R$ 4,30. No Norte, o combustível é mais caro, R$ 5,20, mesmo com aumento menor. O Nordeste, por sua vez, registrou queda de 0,20% no preço do etanol, situando-se em R$ 4,94. Para a gasolina, o Sudeste segue como a região mais em conta, R$ 6,21, enquanto o Norte apresenta o maior preço, R$ 6,83.

O levantamento por Estados revela que Rondônia teve a maior alta do etanol, 3,75%, enquanto São Paulo registrou o valor mais baixo do combustível, R$ 4,18, mesmo com alta de 2,20%. O etanol mais caro foi registrado no Amazonas, R$ 5,47, com leve aumento de 0,18%. 

Para a gasolina, o maior aumento ocorreu no Espírito Santo, 0,79%, alcançando R$ 6,41, enquanto a maior queda foi em Alagoas, 2,12%, com média de R$ 6,46. O Rio de Janeiro registrou o menor preço do combustível, R$ 6,12, e o Acre manteve a gasolina mais cara do País, R$ 7,44.

Renato Mascarenhas reforça a relevância ambiental do etanol: “Apesar da alta, ele continua sendo uma opção mais sustentável, emitindo menos poluentes e contribuindo para uma mobilidade alinhada às metas de descarbonização.” Márcio Andrade complementa: “Para o consumidor, a gasolina pode ser mais econômica no momento, mas o etanol ainda carrega benefícios ambientais significativos”.

Em resumo, a alta do etanol é explicada pelo aumento da demanda, mudança na mistura obrigatória e produção menor que o esperado, enquanto a estabilidade da gasolina se deve à política da Petrobras de manter preços internos mais constantes, evitando repasses imediatos das oscilações do mercado internacional. Assim, os motoristas brasileiros enfrentam variações regionais e sazonais que influenciam diretamente o valor pago nas bombas.

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