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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
RECORDE EM EXPORTAÇÃO

Brasil consolida posição como potência global na exportação de carnes

Exportações de carne batem recordes e reforçam protagonismo do país no mercado global

Thais Airespor Thais Aires em 21 de outubro de 2025
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O Brasil segue na liderança mundial das exportações de carne, impulsionado por crescimento produtivo e adoção de práticas sustentáveis na pecuária. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o país exportou mais de US$ 26,1 bilhões em carnes em 2024 e alcançou US$ 22,5 bilhões até setembro de 2025.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de carne bovina atingiu recorde histórico em 2024, com mais de 11 milhões de toneladas equivalentes em carcaça. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no segundo trimestre de 2025, o abate de bovinos cresceu quase 4%, chegando a cerca de 10,5 milhões de cabeças.

A produção de carne de frango também registrou alta de 1,1% no mesmo período, e a suína mantém crescimento gradual, com expectativa de aumento de 3,6% até 2026.

O Mapa atua em programas sanitários reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) e incentiva sistemas integrados que promovem o sequestro de carbono, a saúde do solo e o bem-estar animal.

Entre as ações de sustentabilidade, destaca-se o Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC+), que prevê tecnologias voltadas à recuperação de pastagens, uso de biodigestores e abate de animais com menos de 24 meses. A meta é aumentar em 5 milhões o número de animais abatidos nessa faixa etária, reduzindo a pegada de carbono da pecuária.

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Desafio no Brasil segue sendo agregar valor ao produto

Para o zootecnista e consultor financeiro Fabiano Tavares, o movimento é reflexo de um ciclo iniciado em 2019, quando o Brasil firmou acordo comercial com a China, principal destino das exportações de carne nacional. “Desde abril de 2024, praticamente todos os meses o Brasil vem batendo recordes de exportação de carne bovina. Hoje, cerca de 40% da nossa produção é destinada ao mercado externo, o que ajuda a aliviar a pressão de oferta e preço no mercado interno”, analisa.

Tavares destaca que, além da China, outros países vêm avançando nas licenças e certificações sanitárias necessárias para comprar carne brasileira, o que deve ampliar ainda mais os destinos e volumes exportados nos próximos meses. “Esse movimento consolida o Brasil como um grande produtor de carne no cenário mundial e traz uma percepção de sustentabilidade e segurança alimentar que é cada vez mais valorizada”, afirma.

Apesar do bom desempenho, o especialista faz um alerta sobre o valor agregado do produto. “Infelizmente, a carne brasileira ainda é uma das mais baratas do mundo. Isso significa que estamos vendendo muito, mas não necessariamente ganhando muito. O desafio é aumentar o valor da nossa arroba exportada, seja pela diferenciação de cortes, certificações de origem ou inserção em nichos de maior valor agregado”, conclui.

O cenário positivo das carnes se soma ao bom desempenho de grãos como soja e milho, que também registraram alta nas exportações de outubro.

 

 

 

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