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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Número de casos de câncer de fígado deve quase dobrar até 2050, alertam pesquisadores

Cerca de 60% dos diagnósticos de câncer de fígado poderiam ser evitados por meio do controle de fatores de risco

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 21 de outubro de 2025
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Número de casos de câncer de fígado deve quase dobrar até 2050, alertam pesquisadores.| Foto: Reprodução/Freepik

Também chamado de carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma, o câncer de fígado é um tumor que se origina nas células e tecidos do órgão responsável por funções vitais como a digestão e a filtragem do sangue.

A doença caracteriza-se pelo crescimento descontrolado e anormal das células hepáticas, o que compromete de forma significativa o funcionamento do fígado. Por ser um tipo de câncer considerado agressivo e de rápida progressão, seus sinais e sintomas devem ser observados com atenção e investigados o quanto antes.

A maior parte dos casos de câncer de fígado poderia ser prevenida com medidas simples, como vacinação contra hepatites virais, controle do consumo de álcool e tratamento adequado de doenças hepáticas. Mesmo assim, projeções indicam que os diagnósticos da doença devem quase dobrar nas próximas décadas, passando de 870 mil, em 2022, para 1,52 milhão em 2050. O número de mortes também deve acompanhar essa tendência, subindo de 760 mil para 1,37 milhão no mesmo período.

Considerado um dos tipos de câncer mais difíceis de tratar, o câncer de fígado apresenta taxas de sobrevida em cinco anos que variam entre 5% e 30%. Especialistas alertam que, sem ações efetivas de prevenção, o mundo poderá enfrentar quase o dobro de casos e óbitos até o meio do século.

Segundo uma nova análise, cerca de 60% dos diagnósticos poderiam ser evitados por meio do controle de fatores de risco. Entre eles estão a vacinação contra hepatite B, a prevenção da hepatite C, a redução no consumo de álcool e o manejo da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), uma condição de longo prazo provocada pelo acúmulo de gordura no fígado.

A pesquisa destaca ainda que a esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH), forma mais grave da MASLD, é hoje a causa de câncer hepático que mais cresce em todo o mundo, seguida pelo consumo excessivo de álcool. As projeções indicam que os casos ligados à MASH devem aumentar de 8% para 11% entre 2022 e 2050, enquanto os relacionados ao álcool devem subir de 19% para 21% no mesmo período.

Por outro lado, as proporções de câncer de fígado associadas à hepatite B e à hepatite C tendem a cair levemente, de 39% para 37% e de 29% para 26%, respectivamente. A redução é atribuída ao avanço da vacinação e dos tratamentos antivirais.

Para conter o avanço da doença, os autores do estudo sugerem a implementação de triagens regulares de danos hepáticos em pacientes com maior risco de MASLD, como pessoas com obesidade, diabetes ou doenças cardiovasculares. Também recomendam que o aconselhamento sobre hábitos saudáveis, alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, seja incorporado à rotina dos atendimentos de saúde.

Além disso, políticas públicas voltadas à promoção de ambientes alimentares mais saudáveis, como taxação de bebidas açucaradas e rotulagem mais clara de produtos ultraprocessados, podem contribuir para reduzir o risco da doença.

Os pesquisadores estimam que, se os países conseguirem diminuir a incidência do câncer de fígado entre 2% e 5% ao ano até 2050, será possível evitar de nove a 17 milhões de novos casos e salvar de oito a 15 milhões de vidas.

Principais fatores de risco e sintomas

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Especialistas apontam que alguns fatores aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da doença. | Foto: Reprodução/Freepik

Embora as causas exatas do câncer de fígado ainda não sejam completamente compreendidas, especialistas apontam que alguns fatores aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da doença. Entre os grupos mais vulneráveis estão pessoas com diabetes, uso prolongado de anabolizantes e consumo excessivo de álcool. Também apresentam maior propensão ao câncer hepático aqueles que sofrem de cirrose crônica, infecção pelos vírus das hepatites B e C ou acúmulo de gordura no fígado, condição conhecida como esteatose hepática.

Os sintomas do câncer de fígado costumam variar conforme a evolução da doença, mas alguns sinais aparecem com frequência e exigem atenção. Entre eles estão o inchaço abdominal causado pelo acúmulo de líquido, a presença de massa palpável no abdômen e a dor na região direita do corpo. Também podem ocorrer icterícia, quando a pele e os olhos ficam amarelados, fadiga intensa, fraqueza, náuseas, vômitos e palidez.

Outros indícios incluem perda de peso e de apetite sem causa aparente, fezes esbranquiçadas, febre, aumento do baço e coceira generalizada na pele, sintomas que, em conjunto, podem indicar alterações hepáticas importantes e merecem avaliação médica imediata.

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