MP diz que Virgínia Fonseca descumpriu liminar ao divulgar perfume com desconto
Promotoria de Goiás afirma que influenciadora e marca WePink republicaram stories promocionais mesmo após decisão judicial que proibia vendas virtuais até comprovação de estoque.
Virgínia Fonseca voltou aos holofotes com uma acusação feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO): segundo o órgão, ela descumpriu uma medida cautelar da Justiça ao divulgar nas redes sociais um perfume da sua marca, WePink, com promoção e desconto — mesmo estando proibida de realizar lives comerciais ou ações publicitárias de vendas virtuais até que fosse comprovado estoque suficiente para atendimento.
De acordo com o promotor Élvio Vicente da Silva, no dia 18 de outubro Virgínia publicou um vídeo exibindo o perfume em questão e, posteriormente, o conteúdo foi repostado no perfil da marca WePink. O MP afirma que essa ação teria sido uma forma de burlar a liminar, porque o link de compra permaneceu no perfil da influenciadora.
O que a liminar exige
A liminar concedida determinou que Virgínia Fonseca e a marca WePink se abstivessem de realizar novas transmissões ao vivo com caráter comercial ou veiculações publicitárias de vendas virtuais até que fosse comprovada documentalmente a existência de estoque suficiente para atender os pedidos dos consumidores.
Além disso, a empresa de Virgínia teria de manter um canal de atendimento humano para consumidores, com resposta em até 24 horas, e disponibilizar informações claras sobre cancelamentos, trocas e reembolsos. O descumprimento expõe Virgínia e sua marca a multas: segundo o MP, R$ 100 mil por ocorrência, além de R$ 1 mil por infração adicional.
As irregularidades apontadas

O Ministério Público também destaca que a divulgação não aconteceu apenas em 18 de outubro. A Promotoria informa que no dia 20 de outubro os stories promocionais foram novamente publicados, com a participação também da sócia da marca, Samara Pink.
Ainda segundo o MP, a empresa de Virgínia, WePink, enfrenta um volume expressivo de reclamações: mais de 90 mil registros em 2024 no site Reclame Aqui e cerca de 340 denúncias ao Procon Goiás entre 2024 e 2025, relatando atrasos nas entregas, recebimento de produtos diferentes dos adquiridos, problemas de cancelamento ou reembolso e cobranças indevidas em cartões de crédito.
Nova publicação neste fim de semana
Em viagem à Espanha, no vídeo publicado neste sábado (25), em suas redes sociais, Virgínia cria um sentimento de urgência e escassez sobre a duração da promoção: “não sei se a promoção vai durar até amanhã,” destacou.
Até o fechamento da reportagem, a assessoria de Virgínia Fonseca e a empresa WePink não haviam emitido manifestação oficial sobre as novas alegações do MP-GO.
Entenda o caso
O MP-GO abriu uma ação civil pública contra a WePink, de Virgínia Fonseca, após mais de 120 mil reclamações registradas em menos de 2 anos, de acordo com o Ministério Público de Goiás.
A ação foi protocolada no início deste mês e, posteriormente, a Justiça acatou a liminar que, além de proibir lives e outras ações publicitárias promocionais, também determina:
- Criação de um SAC, que deverá estar disponível em múltiplos canais, sendo obrigatório o atendimento via telefone, devendo apresentar resposta inicial para cada reclamação no prazo máximo de 24 horas;
- Promoção de resolução de reclamações em que houver o pleito de cancelamento ou reembolso de valores de produtos adquiridos;
- Publicação nas suas redes sociais e no site da empresa, de forma destacada no prazo de 10 dias corridos, informações sobre como os consumidores podem exercer seus direitos perante a empresa, indicado o “passo a passo” do modo de proceder cancelamento, troca, reembolso, assim como os respectivos prazos de atendimento e solução do problema;
- Apresentação nos autos, no prazo de 30 dias, relação completa de todas as reclamações constantes de seu sistema.
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