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quinta-feira, 16 de outubro de 2025
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MPGO ajuíza ação contra Wepink por práticas abusivas

Empresa de Virgínia Fonseca e sócios é alvo de ação civil pública que aponta problemas recorrentes nas vendas online

Thais Airespor Thais Aires em 9 de outubro de 2025
Wepink

O Ministério Público de Goiás (MPGO) ajuizou, nesta quarta-feira (8), ação civil pública com pedido de medidas urgentes contra a Wepink, empresa de cosméticos ligada à influenciadora Virgínia Fonseca, e seus sócios Thiago Stabile e Chaopeng Tan. Segundo o MPGO, a empresa teria cometido diversas práticas consideradas abusivas, como atrasos na entrega, produtos com defeito, dificuldade de reembolso e remoção de comentários negativos nas redes sociais.

A investigação aponta que a Wepink acumulou mais de 90 mil reclamações no site Reclame Aqui em 2024 e cerca de 340 denúncias no Procon Goiás entre 2024 e 2025. Durante uma transmissão ao vivo, um dos sócios admitiu publicamente problemas de estoque: “De fato, tivemos um problema de abastecimento, porque a gente cresceu muito rápido. Algumas vezes, sim [demora], porque algumas matérias primas acabam, porque a gente vende muito”, disse Thiago Stabile, conforme registrado pelo MPGO.

Segundo a promotoria, mesmo ciente da situação, a empresa continuou vendendo produtos prometendo entrega em 14 dias úteis.

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Reclamações e problemas apontados pelos consumidores da Wepink

De acordo com o MPGO, entre as práticas abusivas mais frequentes estão:

  • Não entrega de produtos, mesmo após pagamento;
  • Atrasos que chegaram a ultrapassar sete meses;
  • Dificuldade em obter reembolso;
  • Atendimento automatizado que não resolve os problemas dos clientes;
  • Remoção de comentários negativos nas redes sociais;
  • Entrega de produtos com defeito ou diferentes do anunciado.

Em agosto de 2025, o Procon Goiás lavrou Auto de Infração contra a Wepink após constatar falhas em casos específicos, incluindo consumidores que esperaram meses por produtos que nunca chegaram e tiveram dificuldade para receber o estorno.

O MPGO solicita medidas urgentes à Wepink, como a suspensão de novas transmissões de vendas até que todos os pedidos pendentes sejam entregues; criação de um atendimento humano com resposta inicial em até 24 horas; implantação de sistema simplificado para cancelamento e reembolso, com devolução em até 7 dias; e entrega imediata de todos os produtos já pagos. Em caso de descumprimento, a promotoria pede multa diária de R$ 1 mil.

Além disso, a ação pede R$ 5 milhões por danos morais coletivos, que seriam destinados ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor, e estabelece que cada consumidor prejudicado possa buscar indenização individual, comprovando apenas a compra e o atraso ou falha no atendimento pós-venda.

Virginia Fonseca
Stand da Wepink em Goiânia | Foto: divulgação

Influência da estratégia de vendas e dos sócios

Segundo o MPGO, os sócios da Wepink devem responder solidariamente pelos problemas, pois participaram ativamente das transmissões de vendas e tinham ciência das falhas operacionais, mas mantiveram a estratégia de vendas em massa. A promotoria também aponta que a prática de “flash sales” — ofertas relâmpago — cria uma sensação artificial de urgência, incentivando compras impulsivas e explorando a vulnerabilidade de consumidores, principalmente jovens.

A imagem da influenciadora Virgínia Fonseca, que possui milhões de seguidores, também é citada como um fator que aumenta a confiança dos consumidores e potencializa o impacto das vendas. “Seduzidos pela confiança depositada em influenciadora de renome nacional, realizaram compras legítimas, mas depararam-se com a realidade de descumprimento pós-venda”, afirmou o promotor Élvio Vicente da Silva.

A ação civil pública segue em tramitação, e as medidas solicitadas pelo MPGO buscam garantir que todos os pedidos pagos sejam entregues, facilitar a devolução de valores e responsabilizar os sócios pela condução das atividades da Wepink.

 

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