A American Heart Association (AHA), referência global em protocolos de emergência e reanimação cardiopulmonar, publicou em outubro uma revisão de suas diretrizes para primeiros socorros. A atualização muda a conduta diante de engasgo, em bebês, crianças e adultos, alterando uma prática consolidada por décadas: a manobra de Heimlich deixa de ser a primeira intervenção e passa a ser precedida por pancadas nas costas.

No caso de bebês com menos de um ano, a recomendação é alternar cinco pancadas nas costas, com o bebê apoiado de bruços no braço do socorrista e a cabeça mais baixa que o tronco, e cinco compressões no centro do peito, com a base da mão. O procedimento deve ser repetido até que o corpo estranho seja expelido ou até que a criança perca a consciência, quando então se inicia a RCP com compressões torácicas e ventilações.

Para crianças maiores e adultos, o novo protocolo também começa com cinco pancadas firmes nas costas. Persistindo a obstrução, aplicam-se compressões abdominais: o punho fechado posicionado entre o umbigo e o esterno, pressionado com força para dentro e para cima. As duas técnicas devem ser alternadas até que o objeto seja expelido ou até que a vítima desmaie. Nesse caso, a conduta é a RCP tradicional, com compressões torácicas no ritmo de 100 a 120 por minuto.

As diretrizes foram publicadas simultaneamente nos periódicos Circulation, da AHA, e Pediatrics, da American Academy of Pediatrics. Além de padronizar a mudança, o comunicado reforça a necessidade de treinamento em RCP, apontando que a qualidade da resposta inicial pode definir a sobrevivência em casos críticos.

Ao inserir as pancadas nas costas como primeira etapa, a AHA procura tornar o protocolo mais intuitivo, acessível e seguro, ampliando as chances de sucesso em situações de emergência que, muitas vezes, se desenrolam em segundos.

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