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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
CENA DE TERROR

Número de mortos em megaoperação no Rio de Janeiro chega a 128 e caso se torna o mais letal da história do estado

Moradores levaram dezenas de corpos à Praça São Lucas, na Penha, após confrontos entre policiais e integrantes do Comando Vermelho

Thais Airespor Thais Aires em 29 de outubro de 2025
Rio de Janeiro
Foto: reprodução CNN

O total de mortos após a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, chegou a 128 nesta quarta-feira (29). O balanço inclui 64 óbitos confirmados oficialmente pelas autoridades na terça-feira (28) e outros 64 corpos levados por moradores à Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, durante a madrugada. A ação é considerada a mais letal já registrada na história do estado.

De acordo com a Secretaria da Segurança do Rio de Janeiro, os novos corpos ainda passam por perícia para determinar as circunstâncias das mortes. A Polícia Militar informou que, por enquanto, não é possível afirmar se todas as vítimas têm relação direta com a operação, que foi deflagrada contra integrantes do Comando Vermelho.

Corpos levados por moradores à praça na Penha

Os corpos foram recolhidos de uma área de mata conhecida como Vacaria, localizada na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais intensos entre as forças de segurança e suspeitos. Moradores relataram que ainda há vítimas no alto do morro. Durante a madrugada, seis corpos foram levados em uma Kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha.

O comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou à TV Globo que a corporação tomou conhecimento da presença dos corpos na praça e que as equipes trabalham para esclarecer o caso. “Os corpos serão periciados para que se confirme se há relação com a operação”, disse o coronel.

Com o alto volume de cadáveres, o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro operou de forma restrita nesta quarta-feira, atendendo exclusivamente às vítimas da ação policial. Segundo a Polícia Civil, outros casos que necessitavam de necropsia foram encaminhados ao IML de Niterói.

A operação, realizada na terça-feira (28), mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). O objetivo era cumprir mandados de prisão contra criminosos ligados ao Comando Vermelho. Durante a ação, 81 pessoas foram presas e 42 fuzis apreendidos.

Rio de Janeiro amanhece sem bloqueios após dia de retaliações

Depois de mais de 12 horas de bloqueios e incêndios provocados por criminosos em diferentes pontos da cidade, o Rio de Janeiro amanheceu sem vias interditadas nesta quarta-feira (29). De acordo com o Centro de Operações e Resiliência (COR), a última via liberada foi a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, no sentido Jacarepaguá, às 2h45.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes informou nas redes sociais que o município retornou ao Estágio 1, nível de normalidade, após permanecer por 16 horas no Estágio 2 — classificação que indica ocorrências de alto impacto com risco de agravamento. “Estamos voltando a cidade para o Estágio 1. Modais operando normalmente, cidade fluindo com normalidade. Permanecemos atentos”, escreveu Paes.

Segundo o g1, criminosos incendiaram veículos e usaram ônibus como barricadas em várias regiões. O Rio Ônibus informou que 71 coletivos foram tomados e 204 linhas ficaram temporariamente paralisadas. Corredores importantes, como a Avenida Brasil e as linhas Amarela e Vermelha, além das rodovias BR-101 e BR-040, chegaram a ser bloqueados.

No meio da tarde de terça-feira, as empresas de transporte decidiram recolher os ônibus às garagens, o que deixou milhares de passageiros a pé. Houve relatos de moradores que caminharam até cinco quilômetros para conseguir retornar para casa.

 

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