O governo dos Estados Unidos estaria elaborando planos para realizar operações militares terrestres no México com o objetivo de combater cartéis de drogas, segundo revelou o site norte-americano NBC News nesta terça-feira (4). A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, rechaçou a possibilidade de uma ação unilateral em seu país e afirmou que não permitirá qualquer interferência dos EUA nos assuntos internos do México.

De acordo com fontes do governo norte-americano ouvidas pela emissora, o plano em análise inclui o envio de tropas e agentes de inteligência ao território mexicano. A NBC também informou que a CIA participaria das operações e que ataques com drones seriam direcionados contra “laboratórios de drogas, membros e líderes de cartéis”.

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A proposta surge em meio a uma série de ofensivas do governo Trump contra organizações criminosas latino-americanas, classificadas pela Casa Branca como inimigos diretos dos EUA. A política de enfrentamento ampliou tensões diplomáticas na região, especialmente com a Venezuela, alvo de ataques a embarcações e de movimentações militares no Caribe.

O presidente norte-americano chegou a chamar o presidente colombiano Gustavo Petro de “traficante de drogas” e impôs sanções econômicas ao país.

Segundo a “NBC”, o projeto de incursão militar no México ainda está em fase de planejamento inicial e de treinamento das tropas, sem previsão de execução imediata.

Sheinbaum rejeita possível intervenção dos EUA

Em coletiva de imprensa, Sheinbaum reiterou que qualquer iniciativa desse tipo seria inaceitável. “Isso não vai acontecer. Não temos nenhum relatório indicando que isso vá acontecer. E, além disso, não concordamos com isso”, declarou. A presidente anunciou um novo plano de segurança para o estado de Michoacán, região marcada pela presença de cartéis que os EUA designam como organizações terroristas.

Sheinbaum já havia recusado anteriormente ofertas de Trump para enviar tropas norte-americanas com o argumento de ajudar no combate ao narcotráfico.