Planejamento cresce, mas reserva financeira ainda é exceção
Pesquisa Datafolha mostra que, mesmo com maioria afirmando se organizar, 43% dos brasileiros não têm poupança para emergências e 39% gastaram mais do que receberam no último ano
O planejamento financeiro avança entre os brasileiros, mas a prática ainda revela fragilidade diante dos imprevistos. Levantamento do Datafolha, encomendado pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), mostra que 59% da população afirma se planejar financeiramente, mas 43% não têm nenhuma reserva de emergência. Quase quatro em cada dez entrevistados disseram ter gasto mais do que receberam no último ano.
O estudo, realizado entre 16 e 29 de julho com duas mil pessoas das classes A, B e C em todas as regiões do país, mostra que 84% enfrentaram algum tipo de aperto financeiro recente, como cortar gastos essenciais, atrasar contas ou recorrer a empréstimos. O resultado revela um país que reconhece a importância da organização financeira, mas ainda não consegue transformá-la em estabilidade.
A insatisfação é mais intensa entre pessoas com apenas o ensino fundamental e pertencentes à classe C, grupo que concentra maior vulnerabilidade e menor acesso à educação financeira. Entre os homens, 65% afirmam se planejar, contra 53% das mulheres, diferença que reflete desigualdades históricas no controle da renda.
Os mais velhos, acima de 61 anos, e integrantes da classe A aparecem como os mais organizados financeiramente. Mesmo assim, o estudo indica uma lacuna estrutural: seis em cada dez brasileiros não contam com qualquer tipo de orientação para gerir o próprio dinheiro. O planejamento, ainda que proclamado, segue distante de se tornar prática de segurança e autonomia.
LEIA MAIS:https://ohoje.com/2025/11/05/imovel-comprado-antes-do-casamento/