A Black Friday, marcada oficialmente para o dia 28 de novembro, já movimenta o comércio e as lojas físicas em todo o País. Em datas como 11 de novembro (11.11), também conhecida como o “Dia dos Solteiros”, criada na China e hoje reconhecida como um dos maiores eventos de compras do mundo, o consumidor brasileiro é atraído por liquidações antecipadas que prometem descontos expressivos em eletrônicos, roupas e produtos importados. 

No Brasil, o 11.11 tem ganhado força nos últimos anos, especialmente nas plataformas digitais que importaram o modelo asiático de liquidações relâmpago. Para o consumidor brasileiro, porém, o período exige cuidado redobrado. Além do aumento no volume de promoções, a circulação de ofertas falsas, links fraudulentos e anúncios manipulados por inteligência artificial tem se tornado cada vez mais frequente.

Em Goiás, o Procon estadual e o Procon Goiânia reforçam as fiscalizações e a orientação aos consumidores. O gerente de fiscalização do Procon Goiás, Antonísio Teixeira, destaca que, desde a aprovação da Lei nº 19.607, o processo de acompanhamento dos preços ganhou mais transparência. 

“Em razão da Lei nº 19.607, os produtos ofertados e anunciados devem ter no histórico dessas empresas o valor menor dos últimos 12 meses. Com essa lei, não tem a necessidade de o Procon verificar preços antes da Black Friday ou de qualquer outra promoção. O consumidor tem acesso ao menor preço desses produtos em qualquer período do ano”, explica.

Antes dessa legislação, o Procon realizava coletas de preços em diferentes lojas e sites semanas antes do evento, justamente para comparar os valores e identificar práticas abusivas. Agora, com a exigência de que as empresas mantenham disponível o histórico de preços, o próprio consumidor pode solicitar essa informação. 

O gerente lembra ainda que as equipes de fiscalização estarão nas ruas durante todo o mês de novembro, visitando comércios e estabelecimentos físicos para verificar possíveis irregularidades. Ele orienta para quem não conhece a lei, que pegue o preço daquele produto que espera comprar, com antecedência, anote a referência, a marca e o valor, e assim, no dia da promoção vai saber se o desconto é real ou apenas uma ilusão de preço.

Caso as empresas não apresentem a tabela com o menor preço dos últimos 12 meses, elas podem ser autuadas pelo Procon Goiás. A prática, além de ferir o direito à informação, também configura publicidade enganosa.

Além da Black Friday, alerta também vale para as datas duplas

O alerta vale especialmente para o período do 11.11, quando o aumento das ofertas e anúncios em plataformas internacionais eleva o risco de fraudes. É importante se atentar aos anúncios em redes sociais, sites de origem duvidosa e promoções com preços muito abaixo da média de mercado. A orientação é sempre verificar a reputação das lojas, salvar comprovantes de compra e registros das ofertas e desconfiar de links enviados por mensagens ou aplicativos.

Em Goiânia, o Procon municipal também realizou uma operação preventiva em lojas de móveis e eletrodomésticos como parte das ações da Black Friday 2025. Durante a fiscalização, fiscais identificaram produtos expostos sem a devida informação de preços, o que configura infração ao artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor, que garante o direito à informação clara e ostensiva. 

Entre os itens irregulares estavam geladeiras, televisores, lavadoras, ventiladores e climatizadores de marcas conhecidas. Segundo os fiscais, a ausência de preços visíveis impede o consumidor de exercer plenamente seu direito de escolha.

O Procon reforça que a melhor defesa contra golpes e falsas promoções é a informação. Antes de comprar, o consumidor deve comparar valores em diferentes lojas, verificar o histórico de preços, ler as condições de troca e devolução e garantir que a plataforma de pagamento seja segura. 

Com o avanço das tecnologias e o crescimento das compras digitais, a Black Friday de 2025 representa um desafio duplo: aproveitar os descontos reais e escapar das armadilhas, sejam elas humanas ou artificiais.