PM absolvido pede perdão após morte de Leandro Lo; “tive que sujar as mãos”
Vídeo foi divulgado após absolvição do PM que matou Leandro no julgamento em São Paulo
O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo divulgou um vídeo em que pede perdão à família do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo. A gravação foi publicada após a absolvição do PM pelo júri popular, em São Paulo, na última sexta-feira (14/11). Assim, os jurados aceitaram a tese de legítima defesa apresentada pela defesa do réu.
A sessão ocorreu no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, e durou três dias. Ao final, cinco mulheres e dois homens concluíram que Velozo reagiu para preservar a própria vida durante a discussão que terminou com a morte de Lo, em agosto de 2022. Por isso, o PM foi absolvido da acusação de homicídio qualificado.
Logo após o julgamento, o advogado Claudio Dalledone Junior divulgou o vídeo do cliente. No material, Henrique afirma que viveu uma situação-limite. Além disso, diz que “teve que sujar a mão” para se defender. Ele também mencionou o período em que permaneceu preso. Segundo ele, foram três anos e três meses de detenção, período que descreveu como marcado por experiências espirituais.

Morte de Leandro Lo
A morte do atleta ocorreu durante um show em um clube da zona sul de São Paulo. A princípio, uma discussão começou após o PM se aproximar da mesa do lutador segurando uma garrafa. Em seguida, houve um confronto físico. Lo imobilizou o policial e, posteriormente, o soltou. Depois disso, Velozo se levantou, sacou uma arma e atirou na cabeça do campeão mundial.
Leandro Lo tinha 33 anos e era reconhecido como um dos nomes mais importantes do jiu-jítsu brasileiro. O ex-tenente foi preso em flagrante logo após o crime. O Ministério Público denunciou o policial por homicídio com três qualificadoras. Contudo, a defesa sustentou legítima defesa, tese que os jurados aceitaram.

A família do lutador reagiu à decisão. A mãe de Leandro, Fátima Lo, afirmou nas redes sociais que sentiu como se tivesse enterrado o filho novamente. Segundo ela, o julgamento causou profunda dor e desconforto à família, que relatou ter se sentido humilhada durante as discussões no tribunal.
O caso segue com grande repercussão no meio esportivo. Além disso, mobiliza debates sobre o uso da força, segurança pública e violência em ambientes de lazer. Por fim, o vídeo do ex-PM reacendeu discussões sobre o impacto emocional e social de crimes envolvendo agentes públicos.