PF mira esquema de contrabando e faz operação em loja do Camelódromo de Campinas, em Goiânia
Ação cumpre mandados contra organização criminosa que movimentou mais de R$ 50 milhões em celulares irregulares vindos do Paraguai.
A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta terça-feira, 18 de novembro, ações em Goiânia como parte da Operação Escolta, investigação nacional que desmonta uma organização criminosa especializada no descaminho de celulares de alto valor provenientes do Paraguai.
Entre os alvos está uma loja localizada no Camelódromo de Campinas, tradicional centro comercial da capital goiana. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão no estabelecimento, que, segundo as investigações, estaria ligado à rede de distribuição dos aparelhos contrabandeados.
A operação, deflagrada simultaneamente em 12 municípios de quatro estados, cumpre 5 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão. O grupo criminoso vinha sendo monitorado desde 2024, quando a PF identificou a estrutura transnacional responsável por inserir irregularmente os equipamentos no Brasil.
Os produtos entravam no país pela Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), transportados por motoqueiros carregando “cotas”, veículos com fundos falsos ou por rotas fluviais clandestinas no rio Paraná.
Em seguida, os eletrônicos eram armazenados em hotéis e residências em condomínios fechados na própria cidade. Depois, eram enviados a centros consumidores, entre eles Curitiba, Norte do Paraná e Goiás, em caminhões equipados com compartimentos ocultos.
Segundo a PF, parte dessa mercadoria chegava a Goiânia por meio da cadeia de distribuição clandestina, abastecendo estabelecimentos comerciais que revendiam os celulares sem comprovação fiscal.
Segundo a PF o esquema movimentou milhões em menos de um ano

As investigações apontam que uma única integrante da quadrilha conseguiu internalizar, de forma irregular, mais de R$ 50 milhões em aparelhos celulares em menos de um ano. No total, as apreensões feitas durante o processo investigativo somam R$ 13 milhões em eletrônicos.
Além disso, a Justiça determinou o sequestro e bloqueio de bens avaliados em R$ 57 milhões, medida que visa desarticular financeiramente o grupo e impedir a continuidade das atividades ilícitas.
O esquema utilizava estratégias de contrainteligência para evitar a fiscalização. Entre os métodos identificados estavam equipamentos de raio-X, bloqueadores de sinal (jammers) e veículos de escolta — responsáveis por acompanhar os transportadores e alertá-los sobre barreiras policiais. Esse modus operandi deu nome à operação.
A Polícia Federal segue analisando os materiais apreendidos em Goiânia e nos demais estados, com foco em identificar outros pontos de distribuição e possíveis conexões comerciais. A Receita Federal prestou apoio logístico e técnico durante as ações.