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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
tensão

Maduro diz que Venezuela é “invencível” em tensão com EUA

Designação do Cartel de los Soles e reforço militar dos EUA no Caribe reacendem especulações sobre possível intervenção

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 25 de novembro de 2025
Maduro
Aliados de Trump afirmam que ele quer falar com Maduro via ligação, mas ainda segue sem previsão Foto: Kremlin/ Wikimedia Commons

A escalada de tensão entre Caracas e Washington ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (24), quando o ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela é “invencível”. A fala ocorreu em seu programa transmitido pela TV estatal, no dia em que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos classificou o Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira, decisão que reacendeu temores sobre possíveis ações militares no Caribe.

O governo Trump acusa Maduro de liderar o esquema de narcotráfico atribuído a altos oficiais das Forças Armadas venezuelanas e aponta o grupo como responsável pela entrada de drogas ilegais em território norte-americano. O líder venezuelano que rejeita a acusação de forma recorrente e declarou: “Não importa o que façam, como façam ou onde façam, não conseguirão derrotar a Venezuela. Somos invencíveis”. Caracas sustenta que o cartel é uma “invenção” das autoridades dos Estados Unidos e afirma que Washington busca uma mudança de regime.

A designação ocorreu em meio ao reforço da presença militar norte-americana na região. A Marinha dos Estados Unidos ampliou a frota no Caribe e conduz bombardeios a embarcações suspeitas de transportar drogas. Paralelamente, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, visitou uma base aérea em Porto Rico, enquanto aliados de Donald Trump afirmaram ao site Axios que o presidente deseja conversar por telefone com Maduro. Uma autoridade não identificada afirmou que “ninguém está planejando entrar lá e atirar nele ou sequestrá-lo — neste momento. Eu não diria que nunca, mas esse não é o plano agora”. Outro funcionário ressaltou que os EUA têm “operações secretas, mas elas não visam matar Maduro. Elas visam deter o narcotráfico”, acrescentando que “se Maduro sair, não derramaremos uma lágrima”. O telefonema ainda não tem data definida.

As medidas do Tesouro se somam ao sistema de sanções já aplicado à Venezuela. Os Estados Unidos utilizam restrições como ferramenta de política externa e segurança nacional. Países sujeitos às punições mais amplas, como Cuba, Coreia do Norte e Irã, enfrentam embargos gerais que proíbem importações, exportações, financiamentos e transações. Já a Venezuela está enquadrada em sanções seletivas voltadas a setores específicos, com o objetivo de limitar o impacto em áreas não relacionadas às punições. Além disso, dezenas de empresas e indivíduos venezuelanos também foram alvo das medidas.

Maduro foi incluído na lista de sancionados em 2017, e cidadãos norte-americanos ficaram proibidos de negociar com ele após as eleições para a Assembleia Constituinte, que, segundo os EUA, buscaram “usurpar ilegitimamente o papel constitucional da Assembleia Nacional democraticamente eleita”. Na ocasião, o presidente reagiu afirmando: “Por que estou sendo sancionado? Porque sou capaz de falar a verdade sobre a perseguição ao povo mexicano e latino-americano pelo governo de Donald Trump, e sobre a deportação, expulsão, abuso e tortura de milhares de latino-americanos”.

Mesmo diante das pressões, Maduro volta a pedir união interna. Em sua transmissão semanal pelo YouTube da emissora pública TVes, continua afirmando que a Venezuela não será derrotada e repete que permanece no poder apesar das tentativas externas. A crescente mobilização militar dos Estados Unidos e a oficialização do Cartel de los Soles como organização terrorista alimentaram especulações sobre uma possível intervenção, incluindo uma eventual operação terrestre, embora Washington negue que essa seja a estratégia no momento.

 

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