Centrão avalia crescimento de oportunidades para Ratinho Jr. com pré-candidatura de Flávio Bolsonaro
A percepção de lideranças do centrão é de que há espaço para uma candidatura que não seja nem Lula e nem Bolsonaro
Líderes do centrão e especialmente do PSD avaliam que o lançamento do nome de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para a disputa de 2026 abriu uma janela de oportunidade para o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), na corrida presidencial.
A percepção de lideranças do centrão é de que há espaço para uma candidatura que não seja nem Lula e nem Bolsonaro, como mostram várias pesquisas. E, nesse contexto sem a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve haver uma busca natural por um nome alternativo à polarização. Nesse cenário, Ratinho Júnior já começa a ganhar visibilidade.

Nos bastidores, o entendimento é que nesse momento Ratinho Júnior deve manter a mesma postura de sempre e não se envolver em polêmicas.
Ao seguir esse conselho, o governador do Paraná evitou, por exemplo, se movimentar politicamente ao longo do ano quando houve o tarifaço, evitando se contaminar com o debate. Também evitou polêmicas durante o julgamento e a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
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Até aqui, Ratinho Júnior tem se preservado de se contaminar pela extrema-direita, além de evitar um discurso de radicalização e optou por uma postura mais discreta e moderada.
A percepção é de que o chefe do Executivo paranaense, além de ter uma boa avaliação em seu governo, ainda tem uma penetração em outros estados e regiões do país, como o Nordeste, principalmente por causa do sobrenome, já que é associado com o seu pai, o comunicador Ratinho.
Mesmo assim, há uma vulnerabilidade em torno de Ratinho Júnior, pois o fato do governador sair para uma disputa presidencial pode desorganizar o seu grupo político no Paraná.
Hoje, o senador Sérgio Moro (União-PR) lidera a disputa no estado. Então, o mesmo teria que deixar a “casa organizada” para não deixar acontecer o que ocorreu com Aécio Neves (PSDB) em 2014, que foi para uma disputa nacional com boas chances, mas acabou tendo seu projeto político inviabilizado em Minas Gerais e, ainda, derrotado na disputa para o governo estadual.