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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
Política

Para se aproximar do agro, Daniel fortalece vínculo com pequenos produtores

Por meio do Agro é Social, o vice-governador garante proximidade e apoio por meio de políticas de inclusão para os trabalhadores do campo

Marina Moreirapor Marina Moreira em 8 de dezembro de 2025
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Daniel Vilela defende desenvolvimento da economia local para pequenos e médios produtores rurais goianos - Créditos: Benedito Braga

Os programas sociais em Goiás têm sido entregues com a presença do vice-governador Daniel Vilela (MDB). A estratégia faz parte da busca por estreitamento de relações com os pequenos produtores rurais por meio de ações derivadas do Agro é Social, programa responsável por reforçar políticas de inclusão produtiva através de assistência técnica, crédito orientado e incentivo à economia local. 

O jornal O HOJE noticiou no mês de novembro a passagem de Vilela por municípios do Estado para participar de eventos sociais. Essas agendas levantaram um ponto que merece atenção. O vice-governador ganhou admiração e notoriedade, sobretudo, por estar à frente de projetos de inclusão social, mas sabe-se que os municípios onde o agronegócio possui mais força geralmente são as mesmas cidades onde o Partido Liberal detém maior influência. 

Apesar disso, é necessário considerar o setor do agro como um ramo dinâmico e com posições suscetíveis a mudanças, diferente de um grupo uniforme e sem distinções. Nesse sentido, é preciso pontuar que o agronegócio é influenciado por movimentos de direita, mas também há setores que dialogam de uma melhor forma com a política adotada pelo Governo do Estado. 

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Vice-governador, Daniel Vilela, durante ação do Agro é Social em Anápolis – Créditos: Benedito Braga

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É o caso dos pequenos produtores, que possuem demandas que nem sempre conseguem ser atendidas por grupos políticos que focam em estabelecer diálogos com vertentes mais fortes do agronegócio. Isso abre espaço para a criação de políticas públicas direcionadas a um público desassistido, que é o mesmo grupo social em que Daniel busca fortalecer vínculos. 

Não é de agora a aproximação do vice-governador com o campo. O ex-governador Maguito Vilela, pai de Daniel, possuía uma propriedade em Jataí, no Sudoeste goiano, e chegou a trabalhar com gado de corte. Isso demonstra que, além de Vilela apoiar a assistência destinada aos produtores rurais, o vice de Caiado também possui conhecimento sobre os trabalhos realizados no campo. 

Agro e eleições

Do ponto de vista eleitoral, é indiscutível a influência de iniciativas que buscam fortalecer setores ligados ao agronegócio e a agroeconomia, pois é uma área produtiva predominante na Região Centro-Oeste, especialmente em Goiás. Dessa forma, não se deve perder de vista o aumento de programas sociais e de investimentos que acompanham a alta de usuários que necessitam desse apoio por parte do Executivo estadual. 

Após as eleições de 2018, assistiu-se a um alinhamento extremo do agronegócio com a extrema direita, o que explica o posicionamento político, econômico e social da maior parte dos grandes produtores do País. 

“É preciso incluir quem põe comida na mesa”, diz Daniel

Daniel tem escolhido estabelecer ligações com a agricultura familiar e com os pequenos produtores apoiado no discurso de que esses trabalhadores compõem a maioria da força de trabalho produzida por meio do agro. “É preciso incluir quem põe comida na mesa”, disse Daniel durante ação do Agro é Social em Anápolis na última sexta-feira (5). 

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Créditos: Benedito Braga

Porém, compreende-se que a visão de mundo que predomina no imaginário dos trabalhadores do campo está vinculada às políticas que são feitas para os grandes produtores. Assim, a extrema direita acaba por garantir influência tanto sobre os grandes, quanto sobre os pequenos produtores. “Essa ligação do agronegócio com o bolsonarismo é algo muito forte. Daniel sentiu isso nas últimas eleições e tem procurado caminhos para estabelecer um bom vínculo com o agro, com os pequenos produtores”, explica o cientista político Lehninger Mota ao O HOJE. 

Sem posicionamento pré-estabelecido

Já para o mestre em História e especialista em Políticas Públicas Tiago Zancopé, o agronegócio não é um ramo como um posicionamento político pré-estabelecido. “Eu não vejo o agronegócio ou a agroeconomia como um bloco monolítico, ou seja, como um grupo uniforme no qual não há divergências ou distinções de posições.” 

Para Zancopé, Daniel Vilela tem acertado em promover políticas de apoio aos pequenos produtores. “Existe muita espaço no agro para quem traz políticas públicas por meio da assistência social. É esse tipo de agro que está na mira de Vilela e eu vejo isso como uma decisão acertada”, diz o especialista em Políticas Públicas ao O HOJE. 

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