PP veta Moro e muda jogo político no Paraná
Moro reagiu, chamou a decisão de “arbitrária” e prometeu insistir na candidatura. PP barrou a homologação do senador para o governo estatual em 2026, abrindo nova disputa interna e acirrando a tensão com o União Brasil
O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PP-PI), confirmou que o partido não homologará a pré-candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) ao Governo do Paraná nas eleições de 2026, após decisão unânime do diretório estadual. Após rejeição interna, União Brasil reage, critica “arbitrariedade” e promete insistir na candidatura, enquanto Ratinho Junior mantém indefinição sobre seu sucessor.
A deliberação ocorreu durante reunião com dirigentes locais, na segunda-feira (8), em que o Progressistas priorizou fortalecer sua presença regional. A medida, tomada ao lado das lideranças paranaenses Maria Victoria e Ricardo Barros (PP-PR), encerrou meses de impasse entre PP e União Brasil sobre a composição da federação.
Ciro Nogueira afirmou que respeitará a posição do diretório estadual e que o partido trabalhará para ampliar sua bancada no próximo pleito. Segundo ele, a federação PP–União Brasil não avançará com o nome de Moro.
Ricardo Barros explicou que, após sete meses de tratativas, não houve convergência suficiente para consolidar a aliança. Ele ressaltou que o calendário eleitoral exige definição das chapas até abril e mencionou a retomada de articulações com o PSD, que incluem conversas com o prefeito Rafael Greca e o deputado Alexandre Curi.
Apesar de evitar confirmar apoio direto ao candidato que será escolhido pelo governador Ratinho Junior (PSD), Nogueira sinalizou proximidade com o grupo governista. Maria Victoria citou alternativas internas do PP, como Cida Borghetti, Rafael Greca, Alexandre Curi, Guto Silva ou um nome indicado pelo próprio governador. Barros reforçou que a sigla integra a base de Ratinho e tem interesse em apresentar candidato competitivo ao Executivo estadual.
Nas redes sociais, a decisão provocou reação imediata. O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, classificou o veto a Moro como “arbitrário” e “inaceitável”, afirmando que insistirá na tentativa de homologação da candidatura do senador, que, segundo ele, lidera as pesquisas no estado.
Moro também se pronunciou, dizendo que sua sigla continuará conversando com o PP e criticando o que chamou de “imposição arbitrária”. O parlamentar declarou que o Paraná precisa de modernização e reforçou que seus adversários são “o PT, o atraso e o crime organizado”.

Enquanto isso, o PSD ainda não definiu se apresentará nome próprio para a disputa estadual. Ratinho Junior segue sem anunciar seu candidato oficial, embora o Progressistas espere que a escolha influencie diretamente a formação de sua chapa para 2026.