A aprovação do chamado PL da Dosimetria pela Câmara repercutiu em veículos internacionais. A reação dos veículos destacou sobretudo o potencial do projeto de aliviar as penas ligadas às tramas golpistas e aos ataques de 8 de janeiro. Para veículos internacionais, o ponto central da discussão é que a proposta também alcança o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Confusão em plenário do PL da Dosimetria

Entre os jornais que repercutiram a votação, o Le Monde chamou atenção para o clima tenso da sessão. A publicação descreveu o momento em que Glauber Braga foi retirado por policiais depois de ocupar a cadeira destinada à Presidência da Câmara.

A cobertura da alemã DW situou a votação em um contexto mais amplo, lembrando que ela ocorreu poucas semanas após o início do cumprimento da pena de Bolsonaro. O veículo reforçou que o projeto ainda será submetido ao Senado e destacou um ponto expresso no texto publicado: “a decisão surge menos de um mês depois de Bolsonaro ter começado a cumprir sua pena de 27 anos por tentar, sem sucesso, iniciar uma revolta contra seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após perder a eleição de 2022”.

Nos Estados Unidos, o Washington Post enfatizou que qualquer mudança só se concretizará se Lula sancionar a proposta, possibilidade vista pelo jornal como improvável. A reportagem detalhou a margem de aprovação e registrou que “os parlamentares votaram 291 a 148 a favor do projeto de lei que reduziria as penas de prisão para todos os condenados — incluindo Bolsonaro — em conexão com o motim de 8 de janeiro de 2023, quando os apoiadores de Bolsonaro invadiram prédios do governo na capital, Brasília”.

O El País interpretou o movimento do Congresso como parte de uma disputa política interna. Para o jornal, “a medida do Congresso de reduzir as penas do ex-presidente visa neutralizar a pressão da família Bolsonaro” por uma anistia ampla.