Polícia Civil encerra inquérito sobre maquinário em Formosa e descarta irregularidades
Situação decorre de convênio com OSCIP; CPI na Câmara motivou investigação sobre bens públicos
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a retirada de maquinário da garagem municipal de Formosa, cidade goiana, e informou que não houve crime, dolo, desvio nem apropriação indevida de bens públicos. O relatório será enviado ao Ministério Público, conforme previsto nos trâmites legais. A investigação apurava denúncias de suposta irregularidade no uso ou destinação de equipamentos vinculados a um convênio municipal.
A prefeita de Formosa, Simone Ribeiro declarou que o maquinário fazia parte de um convênio público legalmente constituído, voltado ao atendimento de pessoas com deficiência. “O relatório é categórico: não houve crime, não houve dolo, não houve qualquer ação que configurasse desvio, apropriação ou benefício indevido por parte de mim, ou de qualquer servidor da Prefeitura de Formosa”, disse em nota.
CPI na Câmara e suspeitas sobre destinação de bens públicos
A polêmica começou quando a Câmara Municipal de Formosa protocolou, em 5 de dezembro de 2025, um requerimento — subscrito por sete vereadores — para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o objetivo de investigar possíveis irregularidades na destinação de bens públicos. O foco recaiu sobre um convênio com a Construindo um Amanhã (OSCIP), com suspeitas de irregularidades na transferência, cessão ou descarte de máquinas e equipamentos considerados inservíveis.
Entre as alegações dos vereadores, havia indícios de materialidade, inclusive com vídeos compartilhados nas redes sociais que supostamente mostravam falhas no controle desses bens.
A CPI, se instalada, funcionaria de forma independente das investigações criminais em curso — mecanismo avaliado pelos parlamentares como complementar à apuração policial.
Prefeitura afirma legalidade do convênio e destaca correções administrativas
Em resposta às investigações, a gestão municipal esclareceu que a operação com o maquinário estava inserida em convênio formalizado para atender pessoas com deficiência, de caráter público e devidamente documentado. A prefeita Simone Ribeiro afirmou que “toda a operação ocorreu dentro de um convênio público legalmente constituído e destinado a atender pessoas com deficiência” e ressaltou que eventuais falhas observadas tiveram natureza administrativa — já corrigidas internamente.
Segundo sua nota, “qualquer falha identificada foi de natureza exclusivamente administrativa, já corrigida e tratada internamente.”
Além disso, a investigação criminal não encontrou indícios de ação criminosa por parte de servidores ou da gestão municipal, de acordo com o relatório final da Polícia Civil.
Com isso, a Prefeitura espera que o envio do inquérito ao Ministério Público ajude a “esclarecer definitivamente” o episódio e assegurar que o patrimônio público foi tratado de forma regular desde o início.
Formosa vive contexto de investigações paralelas
O episódio da retirada de maquinário e da eventual destinação de bens públicos ocorre em meio a um período de intensas investigações sobre irregularidades no município. Nos últimos meses, o Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou operações contra supostas fraudes em licitações e contratos públicos em Formosa, incluindo a operação que resultou no bloqueio de bens e ações criminais contra acusados de corrupção.
Esses episódios ampliam o interesse público sobre a gestão municipal, a destinação de recursos e bens públicos, e os procedimentos de controle adotados pela administração local.
Com a conclusão do inquérito e o envio para o Ministério Público, a expectativa é que o caso do maquinário — alvo da CPI da Câmara — seja oficialmente arquivado, a depender da manifestação do órgão. Enquanto isso, a Prefeitura afirma que seguirá com suas atividades normalmente, mantendo os serviços municipais em operação.
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