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sábado, 13 de dezembro de 2025
Estratégia

Daniel consolida imagem de sucessor de Caiado e atua como articulador do governo

Vice-governador busca ampliar percepção de que seu projeto é uma continuação da atual gestão e já trabalha como principal articulador pouco antes de assumir o governo do Estado

Thiago Borgespor Thiago Borges em 13 de dezembro de 2025
Daniel consolida imagem de sucessor de Caiado e atua como articulador do governo
Foto: Secom/Goiás

Em ritmo de pré-campanha ao governo estadual, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) tem adotado como estratégia reforçar que seu projeto político será uma continuidade direta da gestão de Ronaldo Caiado (União Brasil). 

Vilela tornou-se presença constante ao lado de Caiado nas redes sociais. Recentemente, o vice apareceu ao lado do governador no vídeo de anúncio do reajuste do Bolsa Estudo, destinado para os alunos da rede estadual do 9º ano e ensino médio. O episódio se repetiu nas postagens sobre a revitalização do Serra Dourada e na entrega de brinquedos para crianças no Goiânia Arena, em edição especial do Goiás Social. 

A aparição nas redes, porém, não é o único movimento. A base governista prepara encontros entre lideranças políticas e aliados do governo que acontecerão no primeiro trimestre do próximo ano. A intenção é, além de criar um ambiente ainda mais favorável a Daniel no período que irá anteceder a sua posse do Executivo, aproveitar a presença do governador no Estado, já que Caiado irá intensificar de vez sua agenda nacional na busca de viabilizar seu nome ao Palácio do Planalto. 

A estratégia passa por, cada vez mais, alinhar a imagem de Daniel a de Caiado. A gestão do chefe do Executivo estadual é amplamente apontada pelas pesquisas como a mais bem avaliada no país, com aprovação entre 70% e 80%. A Genial/Quaest divulgada no fim de agosto mostrou que 73% dos goianos avaliam que o governador “merece” eleger um sucessor, ou seja, Vilela. 

Daniel articulador

Por ser a figura central da gestão, os louros – e as críticas – recaem majoritariamente sobre Caiado. Porém, o grupo palaciano e o próprio chefe do Executivo estadual trabalham para mostrar que, para além de Caiado, os feitos da gestão são também frutos do trabalho de Daniel. Na última quarta-feira (10), durante o evento que apresentou o projeto de reforma do Estádio Serra Dourada, o governador foi enfático em dizer que todo o processo de concessão da área para a iniciativa privada foi conduzido pelo emedebista. 

O vice-governador tem ampliado suas agendas pelo interior e assumiu, na prática, o papel de articulador político do governo. Em novembro, por exemplo, esteve mais de dez vezes nos municípios do Entorno, sobretudo em ações do Goiás Social.

Leia mais: Candidatos preparam percurso eleitoral com foco no Palácio das Esmeraldas

A movimentação reflete o início da transição. Em pouco mais de três meses, Daniel assumirá o comando definitivo do Executivo, já que Caiado deixará o cargo em 31 de março para estar apto para disputar a Presidência da República. Nessa altura do campeonato, o gabinete do vice no Palácio das Esmeraldas já funciona como ponto de peregrinação de prefeitos e lideranças atrás de recursos e obras. Como revelou a coluna Xadrez na última sexta-feira (12), o secretário de Goiás do Entorno de Brasília, Pábio Mossoró, descreveu o movimento como “uma romaria” de gestores municipais em busca de Daniel.

“Decisão acertada”

O mestre em História e especialista em Políticas Públicas, Tiago Zancopé, destacou que vê como “acertada” a estratégia de massificar a vinculação de Daniela a Caiado. O especialista associou o movimento com a tentativa do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), pré-candidato ao governo, de associar seu nome ao legado de um emedebista histórico, o ex-governador Iris Rezende. 

“Me parece que o Marconi começou a disputar um legado que pertence ao MDB, mesmo não sendo do MDB”, afirmou Zancopé. “Quando o Marconi tenta confundir o eleitor dizendo que é um ‘tocador de obras’ como o Iris foi, isso pode gerar desconfiança sobre quem realmente dará continuidade a esse legado”, avaliou o historiador. 

“Marconi tenta trazer para si essa imagem de tocador de obras, o que coloca em xeque a necessidade de o Daniel também se afirmar como tocador de obras. É por isso que o Daniel precisa aproveitar a aprovação do Caiado e dizer: ‘eu sou tocador de obras como o governador é, e quem vai dar sequência ao trabalho dele sou eu, não o Marconi’”, frisou o especialista.

Zancopé também classificou como “acertadíssima” a estratégia de um tour pelas principais regiões do Estado. 

“Quando você leva ao interior um governador com alto índice de aprovação, você faz a política do corpo”, explicou. “Há lugares em que o diferencial entre votar em A, B, C ou D é simplesmente o fato de o candidato estar presente na cidade”, concluiu o especialista.

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