Sobrevivente do holocasto e criança de 10 anos estão entre vítimas do ataque em Bondi
O ataque investigado pelas autoridades australianas como atentado terrorista antissemita deixou pelo menos 16 mortos
O ataque a tiros contra uma celebração judaica de Hanukkah na praia de Bondi, em Sydney, interrompeu vidas, histórias e memórias que atravessavam gerações. O atentado deixou 16 mortos neste domingo (14) e é investigado pelas autoridades australianas como ataque terrorista. Dois homens, pai e filho, abriram fogo contra participantes do evento em um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, provocando pânico e interrompendo uma celebração tradicional da comunidade judaica.

O ataque antissemita interrompeu gerações
Entre as vítimas estava Matilda, de 10 anos, a mais jovem a morrer no ataque. Baleada durante a celebração, ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. A escola russa Harmony, de Sydney, confirmou que a menina era ex-aluna e lamentou a perda em comunicado divulgado nas redes sociais. Uma ex-professora a descreveu como “uma criança brilhante, alegre e espirituosa”. Segundo a família, a irmã que estava com ela no momento do ataque, enfrenta dificuldades para lidar com a morte: “Elas eram como gêmeas. Nunca tinham ficado separadas”.

O atentado também matou o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, um dos organizadores do evento e figura central da comunidade judaica local. Conhecido como o “Rabino de Bondi”, ele chefiava a missão local do Chabad e era pai de cinco filhos. A morte foi confirmada por seu primo, o rabino Zalman Lewis, que afirmou que Schlanger deixa esposa, filhos pequenos e familiares profundamente abalados pela perda.
Outra vítima foi Alexandre Kleytman, de 87 anos, sobrevivente do Holocausto. Casado havia 57 anos com Larisa, ele foi baleado ao tentar protegê-la durante os disparos. “Acho que ele foi baleado porque se levantou para me proteger”, contou a esposa à imprensa. O casal havia emigrado da Ucrânia e frequentava a celebração judaica na praia havia muitos anos.