Lula afasta Celso Sabino e entrega Turismo novamente ao União Brasil
A troca marca a 14ª mudança ministerial do terceiro mandato do presidente Lula e reforça a articulação do Planalto com uma ala do partido que segue alinhada ao Palácio do Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quarta-feira (17), a saída de Celso Sabino do comando do Ministério do Turismo, encerrando um impasse político após a expulsão do ministro do União Brasil. A decisão amplia para 14 o número de mudanças no primeiro escalão do governo desde o início do terceiro mandato, em janeiro de 2023, e abre espaço para a indicação de um novo nome pela sigla. Após expulsão do partido, ministro anunciou nesta noite, que deixa o Turismo, mas que abre caminho para nova articulação política de olho em 2026, confirmando sua candidatura ao Senado.
Celso Sabino deixou o partido no início de dezembro, depois que o União Brasil decidiu romper formalmente com o governo petista. Mesmo assim, o ministro optou por permanecer no cargo, contrariando a orientação da legenda, o que acelerou o desgaste político e tornou sua saída inevitável.
Para o lugar de Sabino, o União Brasil indicou Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB). Ele já atuou como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba e é visto como um nome ligado à ala do partido que mantém diálogo com o Palácio do Planalto.
A troca reforça a estratégia do governo Lula de manter canais abertos com setores do União Brasil mais alinhados ao Executivo. Auxiliares do presidente afirmam que a nomeação faz parte de uma articulação política visando consolidar apoio no Congresso e construir alianças de olho nas eleições de 2026.
A saída de Sabino foi oficializada após o encerramento da COP30, em Belém, evento do qual o então ministro participou ao lado de Lula. A decisão teve o aval do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, e de parlamentares da bancada governista da legenda na Câmara, apesar de aprofundar divisões internas no partido sobre a permanência na base aliada.
Na manhã desta quarta-feira, antes do anúncio, Sabino ainda participou da última reunião ministerial do ano, convocada por Lula para fazer um balanço das ações do governo e projetar o cenário político para 2026. Ele também integrou a chamada “foto de família” com o presidente e os demais ministros, sem qualquer sinal público de que seria demitido.

Segundo interlocutores do Planalto, o União Brasil reivindicou a retomada do controle da pasta logo após a expulsão de Sabino. O acordo foi negociado diretamente entre a cúpula partidária e a ala política do governo.
“A garantia da governabilidade faz parte também da participação do governo pelos partidos e houve realmente essa demanda, vamos chamar assim, do União Brasil para indicar o ministro”, garantiu Sabino em entrevista coletiva à imprensa, realizada nesta tarde. Ele afirmou que deixa o Ministério do Turismo por uma decisão do governo Lula (PT) em busca de “garantir a governabilidade”.

Na noite desta quarta-feira, Sabino publicou nas redes sociais, uma nota oficial, sobre a sua saida. “Assim como recebi um chamado do presidente Lula, agora recebo e aceito o chamado para uma nova missão, a de disputar as eleições para o Senado Federal, pelo meu estado do Pará, ao lado do presidente Lula, e com a certeza de que temos o melhor projeto para o país e para o meu querido estado do Pará”, escreveu Celso Sabino, confirmando que fora do ministério, vai se dedicar à construção de uma candidatura ao Senado nas eleições do próximo ano, mantendo-se ativo no cenário político nacional.