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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Pesquisa

Direita fragmentada e bolsonarismo mantém Lula em vantagem, aponta especialistas

Pesquisa Genial/Quaest mostra Flávio Bolsonaro liderando campo da direita no primeiro turno, mas atrás de Lula e com rejeição elevada; para analistas, impasse na oposição cria cenário favorável ao petista

Thiago Borgespor Thiago Borges em 18 de dezembro de 2025
Direita fragmentada e bolsonarismo mantém Lula em vantagem, aponta especialistas
Fotos: Marcelo Camargo/ABr e Andressa Anholete/Agência Senado

A última rodada da pesquisa Genial/Quaest mostrou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como o principal nome da direita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. Pré-candidato com aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar pontuou acima dos governadores da direita e abaixo de Lula. 

O presidente da República liderou em todos os cenários. O petista aparece com 39% na disputa com o senador (23%) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apareceu com 10%. Com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), na disputa no lugar de Tarcísio, houve uma pequena diferença no resultado: Lula com 41%, Flávio com 23% e Ratinho com 13%. 

Apesar de figurar com a maior intenção de voto em todos os cenários entre os nomes da direita, o senador lidera o índice de rejeição com 60%. Além disso, nos confrontos de segundo turno, o Lula venceria todos, segundo os dados divulgados pela pesquisa. Com Lula na dianteira seguido por Flávio, o cenário atual aponta para uma nova disputa polarizada entre o petista e o candidato da família Bolsonaro. 

Para o cientista político e professor da PUC-Goiás, Pedro Pietrafesa, o desempenho de Flávio na pesquisa fortalece a estratégia da família Bolsonaro de se manter no protagonismo da direita. “Havia uma expectativa de que ele tivesse menos intenções de voto. Quando aparece à frente de nomes que o Centrão vinha trabalhando para ser candidato, isso dá a ele uma vantagem dentro do campo da extrema-direita e da direita”, avaliou Pedro.

A vantagem, porém, não se converte automaticamente em competitividade em um possível segundo turno polarizado contra Lula. Segundo Pietrafesa, a rejeição de cerca de 60% registrada pelo senador é “quase impeditiva”. “Mesmo eleitores que votem em candidatos do Centrão no primeiro turno tendem, no segundo, a optar pelo Lula em número suficiente para garantir a vitória do presidente, diante de um candidato identificado com a extrema-direita”, destacou.

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Impasse favorece Lula

Já o cientista político e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Guilherme Carvalho, acredita que mais do que a polarização, o que beneficia Lula neste momento é a indefinição do campo adversário. “O que favorece o Lula é o impasse. Quanto mais a direita demorar a definir a candidatura, ou as candidaturas, mais o Lula tem espaço para continuar rebatendo a rejeição”, afirmou Carvalho.

Guilherme explicou que a conjuntura favorece o petista visto que a eleição será definida pelo eleitor de centro. “Quem vai definir a eleição, como toda eleição é definida, não é a direita e nem a esquerda, é o centro. O centro é que precisa ser atraído para resolver a eleição. Mas para atrair o centro, é preciso diminuir a rejeição. Em um cenário tão polarizado como esse, só é possível diminuir a rejeição aumentando a do seu adversário”, frisou o cientista. 

Estratégia do clã Bolsonaro

Carvalho ainda ressalta que o nome de Flávio para a presidência é parte da estratégia de Bolsonaro, especialmente no que diz respeito à pauta da anistia. “Bolsonaro não confia em ninguém que não tenha o sobrenome dele. Ele quer alguém que se comprometa não só com a anistia, mas que esteja disposto a provocar uma crise institucional caso o Supremo declare a ilegalidade da anistia”, afirmou.

Na avaliação do cientista, isso ajuda a explicar por que o ex-presidente não decidiu apoiar um dos governadores da direita. “Se ele fizer isso, basicamente fecha a tampa do caixão da família Bolsonaro como protagonista nacional. As pesquisas mostram que existe um eleitorado, algo entre 13% e 15%, que só vota na família Bolsonaro. Esse grupo quer alguém da família na disputa presidencial”, analisou. 

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