Natal deve concentrar a maior parte do faturamento anual do comércio goiano
Roupas, calçados, perfumes e itens da ceia devem puxar as vendas no Natal goiano
O comércio varejista de Goiás entra no período natalino de 2025 com expectativa de crescimento moderado nas vendas, sustentado pelo pagamento do 13º salário, pela maior circulação de renda no fim do ano e pela consolidação do consumo presencial. A avaliação de entidades do setor é de que o Natal seguirá como a principal data do calendário comercial, concentrando parte relevante do faturamento anual, sobretudo entre pequenos e médios lojistas.
Em 2024, o varejo goiano registrou crescimento nas vendas de dezembro, impulsionado principalmente por supermercados, vestuário e farmácias. Dados da Secretaria da Economia apontaram elevação no volume financeiro movimentado no período natalino, com destaque para os dias 22, 23 e 24 de dezembro, quando houve pico na emissão de notas fiscais ao consumidor. O desempenho positivo serve agora como referência para as projeções de 2025.
Consumo cauteloso, mas presente
O comportamento do consumidor goiano segue marcado pela cautela. Pesquisas nacionais de intenção de compra indicam que a maioria dos consumidores pretende gastar valores semelhantes ou ligeiramente superiores aos do Natal anterior, priorizando planejamento, parcelamentos curtos e pesquisa de preços.
“O consumidor continua atento ao orçamento, mas não abre mão do Natal. Ele troca presentes caros por opções mais acessíveis e concentra gastos no que tem significado afetivo”, avalia um dirigente do setor varejista em Goiás. A expectativa é de aumento no fluxo de pessoas nas lojas físicas, especialmente na semana que antecede o feriado.
Alimentação lidera o faturamento no comércio
Assim como em anos anteriores, supermercados e atacarejos devem liderar as vendas no Natal goiano. Alimentos e bebidas representam a maior fatia do orçamento das famílias, impulsionados pelas compras da ceia, confraternizações e encontros familiares.
Em 2024, o segmento alimentício respondeu por uma parcela expressiva do faturamento do varejo em dezembro, com crescimento acima da média de outros setores. Para este ano, a projeção é de novo avanço, ainda que pressionado pela alta de alguns itens sazonais, como carnes especiais e bebidas importadas.

Vestuário, calçados e perfumaria ganham espaço
Entre os presentes, roupas, calçados, perfumes e cosméticos seguem entre os itens mais procurados. Lojistas apostam em coleções específicas para o Natal, kits promocionais e descontos progressivos como forma de atrair o consumidor.
Brinquedos e utilidades domésticas também aparecem entre os produtos mais vendidos, especialmente aqueles com preços intermediários. A tendência é de maior saída de produtos com tíquete médio mais baixo, em comparação com bens duráveis de maior valor.
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Comércio físico reage no interior
O comércio presencial mantém força no interior goiano, onde a compra direta, a negociação e a entrega imediata ainda pesam na decisão do consumidor. Em cidades menores, o Natal costuma concentrar grande parte do faturamento anual do varejo local.
Ao mesmo tempo, cresce a integração com canais digitais. Redes sociais e aplicativos de mensagens têm sido usados para divulgação de ofertas, reserva de produtos e atendimento direto, ampliando o alcance das lojas físicas.

Natal decisivo para o caixa do lojista
Para o setor, o desempenho de dezembro será decisivo para fechar o ano com resultado positivo e garantir fôlego financeiro para o início de 2026. “O Natal ainda é o momento em que muitos comerciantes equilibram o caixa, pagam dívidas e planejam investimentos”, afirma um representante do comércio goiano.
Mesmo diante de desafios como inadimplência e custos operacionais elevados, a avaliação predominante é de que o Natal de 2025 deve confirmar um cenário mais favorável para o comércio em Goiás, sustentado por consumo consciente, estratégias promocionais e retomada gradual da confiança.