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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Solução

Exportações para a China amortecem impacto do tarifaço dos EUA sobre o País

Dados da FGV mostram que alta de quase 30% nos embarques ao mercado chinês ajudou o Brasil a reduzir os impactos das sobretaxas

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 22 de dezembro de 2025
Exportações
Divulgação/Porto Santos

O aumento das exportações brasileiras para a China conseguiu amenizar os impactos provocados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos (EUA) a partir de agosto de 2025. As sobretaxas, que chegaram a até 50% sobre produtos brasileiros, provocaram forte retração nas vendas ao mercado norte-americano, mas a ampliação do comércio com os chineses ajudou a equilibrar o cenário externo.

Dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostram que, entre agosto e novembro, o valor das exportações para o país chinês cresceu 28,6% em comparação com o mesmo período de 2024. 

No sentido oposto, as vendas destinadas aos EUA recuaram 25,1%. Em volume, a tendência foi semelhante: alta de cerca de 30% nos embarques para a China e queda de 23,5% para o mercado americano.

Volume de exportações para china é quase um quarto

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O estudo aponta que a diferença entre valor e volume exportado está relacionada ao preço médio dos produtos. Principal parceiro comercial do Brasil, a China responde por aproximadamente 30% das exportações nacionais e teve papel decisivo para compensar a retração nas vendas aos Estados Unidos. Segundo o relatório, “o governo americano superestimou a capacidade de causar danos amplos às exportações brasileiras”.

Entre os setores mais afetados pelo tarifaço estão a extração de minerais não metálicos, com queda de 72,9%, a fabricação de bebidas e produtos do fumo, ambos com recuo de 65,7%, além da produção florestal, que caiu 60,2%. A pesquisa também indica que, até julho, as exportações para os EUA vinham crescendo, mas passaram a registrar quatro meses seguidos de retração após a entrada em vigor das tarifas.

Para a pesquisadora do Ibre/FGV, Lia Valls, o redirecionamento das vendas externas foi fundamental. “Quando as exportações para os Estados Unidos começaram a cair, houve um aumento significativo dos embarques para a China, especialmente de soja, o que ajudou a sustentar o desempenho global”, explicou.

No acumulado até novembro, as exportações totais do Brasil cresceram 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da retirada recente de parte das sobretaxas americanas, cerca de 22% das vendas brasileiras aos EUA ainda seguem sujeitas às tarifas adicionais, cujos efeitos devem continuar sendo sentidos nos próximos meses.

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