Natal de 2025 deve impulsionar mercado alimentício em 15% no consumo
Cesta natalina tem alta média de 4,53%, abaixo do ano anterior, enquanto cresce a demanda por produtos tradicionais
O mercado alimentício brasileiro chega ao Natal de 2025 com expectativa de crescimento nas vendas dos produtos tradicionais de ceia, impulsionado pela liberação do 13º salário, pela recuperação gradual da renda das famílias e pelo aquecimento do consumo no último trimestre do ano. O período segue sendo um dos mais relevantes para o faturamento do varejo alimentar, concentrando uma parcela significativa das vendas anuais de itens sazonais.
De acordo com projeções do setor supermercadista, o consumo de alimentos típicos do Natal deve registrar crescimento em torno de 15% em relação a 2024. A avaliação é de que a combinação entre maior planejamento dos consumidores e estratégias promocionais do varejo contribui para um cenário de vendas mais robusto, mesmo diante de reajustes pontuais em produtos específicos.
Cesta natalina sobe menos que no ano anterior
Levantamentos de inflação indicam que a cesta de alimentos natalinos apresentou alta média de 4,53% em 2025, percentual inferior ao registrado no ano anterior, quando o avanço superou os 9%. O preço médio estimado da cesta ficou em torno de R$ 453, refletindo uma pressão menor sobre o orçamento das famílias, embora ainda acima do valor observado em 2024.
Entre os itens que mais impactaram o custo da ceia estão as aves natalinas, como peru e chester, com elevação média próxima de 14%, além das azeitonas, que acumularam alta superior a 12%. Em contrapartida, produtos como massas, arroz e alguns panetones apresentaram variações mais moderadas, ajudando a conter o aumento geral da cesta.

Diferença de preços exige atenção do consumidor
Apesar da inflação mais controlada, pesquisas regionais apontam diferenças expressivas de preços entre estabelecimentos, com variações que chegam a 190% em itens comuns da ceia, como castanhas, chocolates e azeites. O cenário reforça a importância da comparação de preços, especialmente em um período marcado por forte apelo emocional e compras concentradas em poucos dias.
Especialistas em defesa do consumidor avaliam que a divulgação antecipada de pesquisas de preços tem papel fundamental no planejamento das famílias. “Ao pesquisar antes de comprar, o consumidor consegue identificar abusos, escolher alternativas mais baratas e montar a ceia sem comprometer o orçamento”, avalia a presidente de um órgão de defesa do consumidor da Região Norte.
Varejo aposta em promoções e fidelização
Do lado do comércio, redes supermercadistas intensificaram estratégias como promoções antecipadas, ofertas semanais e programas de fidelidade para atrair consumidores antes da semana do Natal. A antecipação das compras também ajuda os estabelecimentos a diluir a demanda e evitar rupturas de estoque, especialmente de itens importados ou com produção limitada.
Segundo economistas ligados ao setor, a disputa por preços em produtos-chave da ceia tende a ser intensa. “Panetones, aves natalinas e bebidas típicas são usados como chamariz para atrair o consumidor, enquanto outros itens compensam a margem”, explica um consultor do varejo alimentar.

Mudanças no perfil da ceia e novas tendências
Além dos produtos tradicionais, cresce a procura por itens diferenciados e de maior valor agregado, refletindo mudanças no perfil da ceia de Natal. Ingredientes gourmet, castanhas especiais, produtos artesanais e opções com apelo de qualidade ganham espaço, especialmente entre consumidores das classes média e alta.
Outro movimento relevante é a expansão das compras on-line de alimentos para o Natal, impulsionada pela busca por comodidade, comparação de preços e entrega programada. A tendência fortalece o modelo omnichannel no varejo alimentar e amplia a concorrência entre supermercados físicos e plataformas digitais.
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Perspectivas para o setor
Analistas avaliam que a desaceleração da inflação dos itens natalinos em 2025 indica um cenário mais equilibrado entre oferta e demanda, com impactos positivos tanto para o consumidor quanto para o varejo. Ainda assim, desafios permanecem, especialmente relacionados à volatilidade dos preços de proteínas e à logística de abastecimento no fim do ano.
Para as famílias, a recomendação segue sendo planejamento, pesquisa e substituições inteligentes. Para o setor alimentício, o Natal de 2025 se consolida como uma oportunidade estratégica de ampliar faturamento, fidelizar clientes e testar novas tendências de consumo em um dos períodos mais relevantes do calendário comercial brasileiro.