Playlists de treino disparam e revelam virada fitness no Brasil
Dados do Spotify mostram avanço do autocuidado e do funk como motor da rotina
O Brasil transformou o treino em um eixo central da rotina cotidiana, e a música passou a cumprir um papel estratégico nesse processo. Dados do Spotify mostram que, ao longo de 2025, mais de 1 milhão de playlists criadas por usuários trazem os termos “treino” ou “academia” no título. O volume representa um crescimento de 42% em relação ao ano anterior e configura o maior avanço temático registrado pela plataforma no período.
Mais do que acompanhar exercícios, o treino passa a estruturar o dia, funcionando como marcador de disciplina, constância e autocuidado. A música deixa de ser coadjuvante e assume função operacional: dita ritmo, sustenta foco e cria um ambiente propício à repetição do hábito.

O treino começa mais cedo entre os jovens
O avanço do treino é ainda mais expressivo entre usuários com menos de 24 anos. Nessa faixa etária, a criação de playlists relacionadas à prática cresceu 61% em um ano. O dado indica que o autocuidado físico se integra cada vez mais cedo à formação de hábitos culturais, deixando de ser uma preocupação exclusiva da vida adulta.
A associação entre música e treino revela uma mudança de linguagem. Em vez de metas rígidas ou discursos de sacrifício, o exercício passa a ser mediado por prazer, identidade e pertencimento, com trilhas sonoras que ajudam a manter engajamento e continuidade.

O som que sustenta o treino no país
Quando o assunto é treino, o funk se consolida como o gênero dominante nas playlists brasileiras. O levantamento aponta que a música mais adicionada foi “MTG na Imaginação”, de DJ TOPO e MC Livinho. Entre os artistas mais recorrentes estão MC GW, MC Rodrigo do CN, MC Nito, MC Jhey e MC Livinho.
A presença massiva do funk indica como o treino dialoga com batidas aceleradas e linguagem corporal intensa, reforçando a conexão entre música, desempenho físico e cultura urbana.

Como o levantamento foi feito
A análise considerou playlists criadas em 2025, com exclusão de termos genéricos e recorrentes, como “minha”, “músicas”, “playlist” e nomes amplos de gêneros musicais. O objetivo foi identificar títulos diretamente associados ao comportamento dos usuários, com “treino” e “academia” liderando o ranking.
O resultado aponta para um movimento estrutural. O treino, mediado pela música, deixa de ser tendência passageira e passa a ocupar lugar central na organização da rotina, do corpo e do tempo do brasileiro.

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