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terça-feira, 23 de dezembro de 2025
Aperto na população

Aumento de 4,46% no IPTU em Goiânia pode impactar arrecadação em 2026

Correção do IPTU a partir do IPCA fica abaixo das expectativas do mercado, mas especialistas alertam para impactos no orçamento das famílias e na arrecadação municipal

João Césarpor João César em 23 de dezembro de 2025
IPTU
Decreto publicado no Diário Oficial prevê pagamento em cota única ou parcelamento em até 11 vezes. Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia

Em 2026, o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de Goiânia — tributo municipal brasileiro cobrado anualmente dos proprietários de imóveis localizados em áreas urbanas — passará por um reajuste de 4,46%. Os contribuintes poderão pagar em uma cota única ou parcelar em 11 vezes, com pagamentos previstos para começar em 20 de fevereiro de 2026. É possível emitir o boleto no site da prefeitura de Goiânia e o pagamento poderá ser feito por meio boleto bancário ou cartão de débito e/ou crédito.

As informações foram divulgadas no Diário Oficial do Município, na última quinta-feira (18). De acordo com o decreto, o IPTU e os demais impostos municipais serão ajustados de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao período de dezembro de 2024 a novembro de 2025.

Esse aumento está abaixo das expectativas para o ano de 2026, já que acabaria o período de 2023 a 2025, que a Lei Complementar 362/2022 estipulou para não acontecer aumentos superiores à inflação.

Para o economista Luiz Carlos Ongaratto, esse decreto é uma notícia positiva, já que quebra a expectativa de aumento de 5% + IPCA. “Há uma preservação dos custos para as famílias, seguindo a mesma base de reajuste da economia, que é o IPCA”, conclui. Dessa forma, uma pessoa que pagou R$ 1.000 de IPTU no ano de 2025, pagará por volta de R$ 1.044,60 de imposto.

Possíveis impactos do aumento

Mesmo com a boa notícia sobre a correção do IPTU, a economista Greice Guerra, alerta para os problemas que qualquer aumento de imposto pode causar para a população, para o setor produtivo e para o mercado imobiliário. “Todo aumento de imposto pressiona os preços, comprometendo o orçamento das pessoas e das empresas”, destaca.

Guerra pontua que o início do ano é um momento marcado pelo pagamento de diversos impostos, como IPTU e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), então qualquer aumento mexe no planejamento orçamentário da população.

“Aquelas pessoas que já se encontram endividadas, que hoje representam boa parte da população goiana e brasileira, serão as mais afetadas, além de aposentados e pensionistas que recebem salários mínimos”, acrescenta a especialista.
Segundo dados divulgados pelo Serasa no Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, em novembro de 2025, cerca de 80 milhões de pessoas no Brasil estão endividadas. O levantamento também mostra que Goiás é o 15° Estado com mais inadimplentes, com 46,73% da sua população nesta situação.

Além de onerar a população, o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano, impactará o setor imobiliário, na visão de Greice, podendo gerar uma baixa nos preços de aluguéis, para que o locatário consiga arcar com o imposto. Dessa forma, grande parte dos contribuintes terão algum aperto na hora de arcar com os impostos, também influenciando o setor produtivo com uma possível baixa no consumo nos primeiros meses do ano.

Arrecadação municipal

A prefeitura de Goiânia espera receber até 1,28 bilhões de reais em 2025, de IPTU e, de acordo com projeções, a arrecadação municipal pode crescer cerca de R$ 64 milhões apenas com esse reajuste programado para o ano de 2026.

Porém, Guerra ressalta que o aumento do IPTU e o endividamento podem prejudicar estes números. “Querendo ou não existem pessoas, que por não terem renda suficiente, deixam de pagar o IPTU durante o ano, esperando que a prefeitura chame para uma conciliação ou renegociação”.

Diante desse cenário, os especialistas avaliam que o desafio da administração municipal será equilibrar a necessidade de arrecadação com a capacidade de pagamento dos contribuintes, especialmente em um início de ano já pressionado por outros tributos.

A expectativa é que o comportamento dos pagamentos ao longo de 2026 indique se o reajuste, mesmo moderado, conseguirá se converter integralmente em receita para os cofres públicos ou se o aumento da inadimplência poderá frustrar as projeções da prefeitura.

 

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