Ceia de Natal divide famílias entre tradição da meia-noite e praticidade
Pesquisa indica que rotina e cansaço têm antecipado a ceia de Natal em muitos lares
A ceia de Natal segue como um dos rituais mais importantes do calendário brasileiro, mas já não obedece a um horário único. Entre a tradição da meia-noite e a adaptação à rotina contemporânea, famílias vêm negociando quando sentar à mesa para celebrar a data.
Levantamento da Ticket, empresa do setor de benefícios de alimentação, mostra que 84% dos brasileiros pretendem passar a noite de Natal em casa, com a família. A pesquisa ouviu 3.722 trabalhadores de diferentes regiões do país e revela que o horário da ceia de Natal reflete transformações no cotidiano doméstico.
Segundo os dados, 44% dos entrevistados afirmam que a ceia de Natal costuma ser servida antes da meia-noite. Outros 27% mantêm o costume de esperar a virada do dia 24 para o dia 25. O restante diz não seguir horário fixo ou não realizar uma ceia formal.

Ceia de Natal entre cansaço, rotina e tradição
A antecipação da ceia de Natal está diretamente ligada à reorganização das dinâmicas familiares. Em muitos lares, especialmente aqueles em que o trabalho doméstico recai sobre as mulheres, preparar a refeição significa enfrentar longas jornadas que se somam às atividades profissionais. Antecipar o horário surge, assim, como estratégia para reduzir o desgaste e ampliar a participação de todos.
Ainda assim, a ceia de Natal à meia-noite mantém força simbólica. O costume tem raízes religiosas, associadas ao nascimento de Jesus e ao encerramento do Advento cristão, marcado historicamente pela Missa do Galo e pelo jejum até o início do dia 25.
Com o tempo, porém, o Natal no Brasil passou a incorporar sentidos que extrapolam o religioso. Para muitas famílias, sobretudo negras e periféricas, a ceia de Natal representa antes de tudo um espaço de encontro, partilha e fortalecimento de vínculos, independentemente do relógio.
Entre tradição e praticidade, o estudo indica que o horário da ceia já não é regra rígida, mas escolha moldada pela realidade de cada casa. O que permanece central é o gesto de reunir, celebrar e dividir a mesa.

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