Trump anuncia sanções a europeus por “censura”
União Europeia condena ação dos EUA e afirma que suas regras digitais não serão ditadas
Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira (23) uma nova rodada de proibições de viagem contra cinco cidadãos europeus, acusados pelo governo Trump de pressionar empresas de tecnologia a censurar ou suprimir opiniões norte-americanas. As restrições, divulgadas pelo Departamento de Estado, fazem parte de uma política de vistos apresentada em maio e voltada a estrangeiros considerados responsáveis por censura de discursos protegidos nos EUA.
O secretário de Estado, Marco Rubio, classificou os atingidos como ativistas “radicais” ligados a organizações não governamentais e afirmou que Washington não tolerará “atos flagrantes de censura extraterritorial”.

O secretário declarou que “por muito tempo, ideólogos na Europa lideraram esforços organizados para coagir plataformas americanas a punir pontos de vista americanos aos quais se opõem”. Segundo ele, as ações atribuídas aos europeus criaram “consequências potencialmente graves para a política externa dos EUA”.
Entre os atingidos está o ex-comissário europeu Thierry Breton, que supervisionou a aplicação das regras de redes sociais da União Europeia e entrou em conflito no ano passado com Elon Musk após a transmissão de uma entrevista com Trump antes da eleição presidencial. Também foram incluídos Imran Ahmed, Josephine Ballon, Anna-Lena von Hodenberg e Clare Melford.
Europa não recebe bem o anúncio de Trump
A reação europeia à decisão de Donald Trump, veio em sequência. A Comissão Europeia afirmou que tomará medidas contra quaisquer “medidas injustificadas” e disse ter solicitado esclarecimentos formais ao Departamento de Estado. O órgão ressaltou que a UE é um mercado único baseado em regras e com direito soberano de regular atividades econômicas de acordo com seus valores democráticos. “Nossas regras digitais garantem um ambiente seguro, justo e equitativo”, declarou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que conversou com Breton e afirmou que a Europa vai “resistir firmemente à pressão”. Para ele, “as regras que regem o espaço digital da União Europeia não devem ser determinadas fora da Europa”.