Condenado pelo STF, ex-chefe da PRF é capturado em fuga internacional
Silvinei Vasques, condenado pelo STF por tentativa de golpe, foi detido ao tentar fugir para El Salvador. Aposentado desde 2022, ele recebe R$ 19,5 mil e teve prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes na tarde desta sexta-feira
Preso nesta sexta-feira (26), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar para El Salvador, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques está aposentado desde dezembro de 2022 e recebe remuneração bruta mensal de R$ 19.512,48, segundo dados do Portal da Transparência. Vasques foi detido após romper a tornozeleira eletrônica e deixar o Brasil sem autorização judicial, descumprindo medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, determinou na tarde desta sexta a prisão preventiva de Silvinei Vasques.
Antes da prisão, Vasques ocupava o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, município da Grande Florianópolis, função que exerceu até 16 de dezembro. Ele deixou o posto poucos dias antes de romper o equipamento de monitoramento eletrônico determinado pela Justiça.
A detenção ocorreu quando o ex-diretor da PRF tentava embarcar em um voo internacional. A violação da tornozeleira acionou os sistemas de alerta, levando ao reforço da fiscalização nas fronteiras e à atuação das autoridades brasileiras em cooperação com o Paraguai, o que resultou na abordagem ainda no aeroporto.
Silvinei Vasques foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Diante da fuga e do descumprimento das medidas cautelares, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, determinou a prisão preventiva do ex-dirigente da PRF.
A decisão reforça a avaliação da Corte de que houve risco concreto de evasão e tentativa de frustrar a aplicação da lei penal, justificando o endurecimento das medidas judiciais contra o ex-gestor da corporação. No entendimento do ministro, a prisão de Silvinei deve ser decretada em função da fuga. “A fuga do réu, caracterizada pela violação das medidas cautelares impostas sem qualquer justificativa, autoriza a conversão das medidas cautelares em prisão preventiva”, declarou o ministro.