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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
CLIMA

Calor fora do padrão quebra recordes e muda o fim de ano em grandes cidades brasileiras

Sequência de dias com temperaturas extremas foge do comportamento típico de dezembro e chama atenção de meteorologistas

Thais Munizpor Thais Muniz em 29 de dezembro de 2025
calor

O final de 2025 tem sido marcado por calor intenso em diferentes regiões do Brasil. De acordo com análise da MetSul Meteorologia, milhões de brasileiros no Sul, Sudeste e Centro-Oeste enfrentam uma onda de calor classificada como fora do normal para esta época do ano. Em algumas capitais, os termômetros romperam marcas históricas registradas ao longo de décadas.

O cenário ficou evidente em São Paulo. A capital paulista registrou uma sequência de dias com muito calor, mesmo em um período que costuma apresentar maior nebulosidade e pancadas de chuva frequentes. Os dados oficiais confirmam o comportamento atípico.

Segundo registros da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Mirante de Santana, as máximas subiram diariamente ao longo da semana do Natal. No domingo (21/12), a temperatura chegou a 33,7°C. Na segunda-feira (22), foi de 33,9°C. Na terça (23), atingiu 34,1°C. Na quarta-feira (24), véspera de Natal, marcou 34,6°C. No dia 25, Natal, os termômetros chegaram a 35,9°C. Já na sexta-feira (26), a máxima foi de 36,2°C.

O valor registrado no dia 26 coloca este fim de dezembro entre os mais quentes já documentados na capital paulista para o período.

Bloqueio atmosférico explica calor persistente

Meteorologistas apontam que a persistência do calor ao longo de vários dias consecutivos, tornou o episódio mais significativo. Em situações consideradas normais para o mês de dezembro, mesmo quando ocorrem picos de temperatura, a presença de nuvens e chuvas ajuda a limitar a elevação dos termômetros.

De acordo com a MetSul Meteorologia, “os registros observados em São Paulo e em outras áreas do Sudeste indicam um padrão fora do comportamento climático típico do fim do ano”. A empresa explica que a principal causa está associada à atuação de um sistema atmosférico conhecido como Vórtice Ciclônico em Altos Níveis da Atmosfera (VCAN).

“O VCAN é um redemoinho de ar seco e frio que atua entre 9 e 12 quilômetros de altitude e provoca movimento descendente do ar”, informa a MetSul. Esse deslocamento dificulta a formação de nuvens e mantém o céu aberto por vários dias.

Durante o auge da estação chuvosa no Sudeste, o sistema bloqueou a instabilidade atmosférica. Com menos nuvens, a radiação solar incidiu diretamente sobre o solo, o que elevou ainda mais o calor para patamares mais comuns no fim do inverno ou início da primavera, períodos mais secos no centro do país.

Aumento das chuvas muda o padrão a partir de segunda-feira

Uma mudança no padrão atmosférico começa a ser observada a partir desta segunda-feira (29), com aumento do potencial de chuvas em grande parte do Brasil, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A previsão indica manutenção das temperaturas elevadas, porém em níveis mais baixos e sem configuração de onda de calor.

Segundo a MetSul Meteorologia, a combinação entre calor e maior disponibilidade de umidade aumenta o risco de chuvas intensas e de tempestades, que podem ocorrer com severidade e elevado número de descargas elétricas.

Na segunda-feira, uma região de cavado se forma no Sul do Brasil e se intensifica ao longo do dia, favorecendo o desenvolvimento das instabilidades no centro-sul do país e influenciando também o Brasil Central. Já pela manhã, chuvas de até forte intensidade atingem a metade norte do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre, com risco de tempestades na região das Missões.

Do meio para o fim da manhã, a nebulosidade aumenta e as chuvas continuam no norte gaúcho. Em Santa Catarina e no Paraná, as instabilidades avançam pelo oeste e sul catarinense e pelo oeste e sudoeste paranaense, com potencial para tempestades entre o fim da manhã e o início da tarde.

Durante a tarde, o desenvolvimento das instabilidades se intensifica. No Sul, o alerta abrange o norte do Rio Grande do Sul, todas as regiões de Santa Catarina e todo o Paraná. Florianópolis e Curitiba entram em risco de chuvas intensas a partir da tarde, enquanto Porto Alegre concentra maior instabilidade pela manhã.

No Sudeste, as chuvas ocorrem de forma mais pontual, porém com potencial para tempestades no centro, leste e norte de São Paulo, no sul e na região serrana do Rio de Janeiro e no Triângulo Mineiro. A capital paulista e a região metropolitana ficam sob risco de tempestades a partir da tarde.

No Centro-Oeste, as chuvas seguem mais irregulares, mas com possibilidade de eventos intensos no centro-sul do Mato Grosso do Sul, no norte e noroeste do Mato Grosso e em Goiás. Campo Grande e Brasília apresentam risco de chuvas mais abrangentes, intensas e acompanhadas de tempestades.

 

 

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