Taiwan segue em alerta após movimentação da China
Medidas vem após exercícios militares aéreos e marítimos nas proximidades do estreito
Taiwan reforçou nesta semana medidas defensivas em áreas estratégicas próximas à capital após uma sequência de exercícios militares da China que ampliou a tensão no Estreito de Taiwan. Entre as ações adotadas está a instalação de obstáculos descritos como “barris explosivos” na foz de um rio ao norte de Taipé, ponto considerado sensível por conectar o centro urbano à costa norte da ilha.
Os equipamentos foram deslocados na terça-feira (30) com o uso de plataformas anfíbias M3 e posicionados no leito do rio como parte de treinamentos de resposta a cenários de combate emergencial. A operação ocorreu enquanto o governo taiwanês mantinha estado de alerta máximo, mesmo depois do encerramento das manobras chinesas na região.
Exercício militar chinês ao redor de Taiwan
As atividades militares promovidas por Pequim, denominadas Missão Justiça 2025, envolveram o lançamento de foguetes e uma ampla movimentação naval e aérea ao redor da ilha. Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, foram identificadas operações de 77 aeronaves militares chinesas e 25 embarcações da Marinha e da Guarda Costeira nas proximidades do território.
O impacto das manobras extrapolou o campo militar. A extensão das áreas afetadas levou ao cancelamento de dezenas de voos domésticos, afetando a aviação civil e a rotina interna do território. Em nota, o governo condenou a operação, classificando-a como uma ameaça à segurança regional e uma provocação deliberada.
EUA minimiza escalada na Ásia
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump minimizou a escalada ao comentar a situação. Durante coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou: “Tenho um ótimo relacionamento com o presidente Xi, e não acredito que ele vá fazer isso (atacar Taiwan). Nada me preocupa”.

A escalada militar ocorre poucos dias após Washington aprovar um pacote de venda de armas para Taiwan avaliado em mais de US$ 11,1 bilhões, o maior já destinado à ilha, aprofundando um cenário de tensão permanente no Estreito.