Preocupação com acidentes têm atraído mais bebês e crianças à natação
Estudo revela que natação infantil pode reduzir quase 90% de tragédia envolvendo afogamento
A chuva não atrapalhou a primeira aula do pequeno Marco, de apenas dois meses, na piscina da casa em que mora com a mãe, Karine Macedo, o pai, Márcio e o irmão, que tem o mesmo nome do pai, por isso é chamado de Macedinho, de dois anos. A família mora em uma casa de alto padrão na Aldeia do Vale e, como é comum no condomínio, a piscina é um lugar de destaque, o que chama a atenção de crianças.
Pensando nisso, os pais decidiram pela precaução diante de uma realidade que entristece: acidentes envolvendo crianças que não sabem nadar que muitas vezes termina em morte.
Além das aulas de nado, Karine providenciou, junto com o marido, uma rede de proteção ao redor da piscina com profundidade que pode “engolir” um adulto de até 1 metro e 80.
Na tarde desta segunda-feira (22), Karine saiu de sua varanda durante uma leve garoa em rumo à piscina e acompanhada no colo com Márcio Macedo, de dois anos e apelidado de “Macedinho”, ao lado estava Marco Macedo, de apenas dois meses para uma aula com a professora de natação infantil Kelly Maronezi.
Enquanto sorriam durante a aula, a professora Kelly comentava:“[esse aqui é] o melhor tipo de conhecimento para a segurança infantil na água”. E a mãe concorda. Naquela casa não havia espaço para qualquer preocupação com a chuvinha que caia timidamente, depois mais forte, durante a aula: a prioridade é garantir que os filhos se tornem bons nadadores e fiquem longe de qualquer risco de afogamento.
Isto porque num domingo (21) agitado pré-volta às aulas das escolas da rede pública, um bebê de apenas um ano se afogou em uma piscina no Setor Parque das Amendoeiras, na região nordeste da Capital. Segundo relato do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), a criança foi levada para um Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais) na região mas após a constatação de um quadro mais grave foi levado às pressas por um helicóptero para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).
A criança, que ainda não foi identificada, permanece em estado grave de saúde no Hugol sob cuidados médicos e sem previsão de melhora. Em nota, o hospital afirma que a criança ainda permanece em “estado geral grave” e respirando com ajuda de aparelhos graves, apesar disso, ainda não se sabe como se deu a circunstância do acidente. Com isso, somente nas três primeiras semanas do ano de 2024 foram registrados dois afogamentos em piscinas na Capital, e outros sete em córregos, rios e lagos em volta no estado.
Contudo, uma coisa é certa para a professora Kelly, o aprendizado da natação já com idade pequena diminui as chances de um afogamento com a vistoria de um adulto. De acordo com ela, as chances de um acidente em corpos d’ água podem diminuir drasticamente com o conhecimento da natação.
“O que a gente entende hoje em relação ao que vem falado pra gente até no Instituto Nacional de Natação Infantil (INATI), é que a natação infantil pode reduzir em até 88% o índice de afogamento. Porque o maior índice de acidente e fatalidades são de crianças de um a quatro anos, em especial nessa época de calor em Goiânia”, diz a Kelly.
Por causa disso, Karine entende a necessidade do conhecimento já que o fundo da casa é uma piscina para a família. E já na piscina e se divertindo com Kelly, o pequeno Márcio, ou melhor, Macedinho, ganha um conhecimento crucial na sua vida. Entretanto, ainda é necessário uma constante vigilância dos pais ao redor de lugares com água mesmo com a criança sabendo nadar. Instrumentos que servem para ajudar a criança na natação não podem substituir a presença de um adulto supervisor.
“O que é pouco dito, é de uma alta confiança dos pais com os flutuadores. Contudo, essa boia não é confiável, principalmente se ela for inflável. Nada substitui a supervisão constante de um adulto, e nós temos que dar um braço de distância a essa criança”.
Formada em Educação Física e especialista em natação infantil, a professora Kelly oferece aulas particulares nas próprias residências, como no caso da mãe das crianças Marco e Márcio, ou na instituição Baby Raia, que fica em vários pontos de Goiânia e Anápolis.