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domingo, 11 de agosto de 2024
Manifesto

Marconi contesta manifesto assinado por líder do PSDB contra ação da PF e Moraes

Presidente nacional do PSDB declarou que senador “não teve aval do partido” para assinar documento. Manifesto contesta operação que investiga 8 de janeiro e atuação do ministro Alexandre de Moraes

Postado em 23 de janeiro de 2024 por Felipe Cardoso
6 ft John William TV Anhanguera
O manifesto também põe em xeque a atuação do ministro Alexandre de Moraes

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi procurado pela imprensa nacional para dar explicações a respeito do manifesto, assinado pelo senador e líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), contra operação da Polícia Federal (PF). Marconi assumiu recentemente a presidência nacional do partido e se viu, com o episódio, diante do primeiro imbróglio gerado pelo descompasso das lideranças.

Tudo começou quando figuras da oposição no Senado elaboraram um documento em desfavor da operação da PF contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). Graças a operação deflagrada na semana passada, as autoridades puderam ampliar o número de informações referentes aos ataques do dia 8 de janeiro que terminaram com a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. 

O manifesto também põe em xeque a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes é visto como um dos principais ‘adversários’ do bolsonarismo. Sua atuação é lida pelo núcleo duro de apoiadores do ex-presidente, como uma das principais responsáveis por resultar não só na derrota do político em 2022, como também por culminar em sua inelegibilidade até 2030.

De volta, porém, ao documento assinado pelo senador tucano, Marconi disse em entrevista à CNN Brasil que, na verdade, o senador não teve o aval do partido. “Esse é um posicionamento dele. Não foi tratado no partido”. Marconi também disse ao portal que o assunto sequer chegou a ser discutido internamente. 

Líderes de seis legendas assinaram, na sexta, o documento. O manifesto diz que a atuação do ministro “é, sim, questionável”. “Ele não tem imparcialidade para os processos dos atos de 8 de janeiro de 2023. É supostamente vítima, investigador e julgador. Ele comenta e concede entrevistas sobre processos que estão sob julgamento e opina sobre fatos ainda não julgados”, afirmam as lideranças no movimento conjunto. 

O manifesto divulgado pela oposição faz duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Coloca a atuação do magistrado em questão e diz que ele não tem “imparcialidade”. Além do tucano, assinaram também o documento as seguintes lideranças: Rogério Marinho (PL), líder da oposição; Ciro Nogueira (PP), líder da minoria; Flávio Bolsonaro (PL), líder da minoria no Congresso; Carlos Portinho, líder do PL; Tereza Cristina, líder do PP; Mecias de Jesus (Republicanos), líder do Republicanos; e, por fim, Eduardo Girão, líder do Novo

Operação

O deputado Carlos Jordy, que lidera a oposição na Câmara dos Deputados, se tornou alvo de uma operação da PF na última semana. Trata-se da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atentados registrados em 8 de janeiro de 2023. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do parlamentar na Câmara e em um endereço ligado a ele no Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com o portal, ele é suspeito de auxiliar na coordenação do atentado. A PF trabalha com a hipótese de que Jordy tenha colaborado na organização de eventos contrários à democracia no Rio, incluindo um em Goytacazes, e obstrução de estradas. As buscas da PF em desfavor do parlamentar foram autorizadas por Moraes.

Jordy recorreu às plataformas de mídia social para expressar sua opinião sobre a operação. De acordo com ele, é uma ação autoritária, sem justificativa, sem evidência alguma, que tem apenas o “objetivo de perseguir, intimidar e criar uma narrativa às vésperas das eleições municipais”.

“É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão, determinado pelo ministro Alexandre Moraes, é a verdadeira constatação de que nós estamos vivendo uma ditadura. Eu, em momento algum do 8 de janeiro, incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto, pelo contrário, em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estava acontecendo todos aqueles acampamentos”, pontuou.

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