Polícia Federal teria apreendido documentos da Abin em casa de Ramagem, afirma site
Caso confirmada a ilicitude do ato, ex-diretor-geral pode responder administrativamente e, até mesmo, criminalmente | Foto: Palácio do Planalto/Carolina Antunes/PR
Nesta terça-feira (6), foi revelado, pelo UOL, que, na operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) contra a “Abin Paralela”, foram encontrados documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na casa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral do órgão.
A ação foi efetivada no dia 25 de janeiro e, segundo às normas regimentais da Abin, Ramagem não poderia ter em posse documentos e eletrônicos — como celulares e notebooks — pertencentes à agência após deixar o seu cargo na instituição.
Investigações
A “Abin Paralela” se trataria de um núcleo existente dentro da Abin, responsável por monitorar, ilegalmente, nomes relevantes que se opuseram ou se afastaram do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre a lista de monitorados, estariam senadores envolvidos na CPI da COVID, jornalistas, políticos e ministros do STF — Alexandre de Moraes, por exemplo.
Sobre os documentos encontrados em sua casa, o antigo diretor-geral da organização não se manifestou. Além disso, outra vertente da operação veio a público através do site Metrópoles: o “Plano de Operações 06/2021”. Assim, a ação consistiria no pagamento de informantes em comunidades dominadas pelo tráfico do Rio de Janeiro e, que, hipoteticamente, as milícias gostariam de adentrar. De acordo com o jornal, teria havido um gasto de R$ 1,5 milhão para a execução do planejamento.
Entretanto, a Abin não se responsabiliza por segurança pública — a não ser que haja ameaça à segurança nacional — e, mesmo assim, de acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles, o “Plano de Operações 06/2021” teria sido uma das prioridades da gestão de Ramagem.
Defesa de Ramagem
No último sábado (3), Alexandre Ramagem publicou, em suas redes sociais, um vídeo em que declarava ter feito um “pente limpo” na Abin durante o seu tempo como diretor-geral no órgão e que um funcionário — o qual teria sido demitido por ele e nomeado, novamente, pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — teria apagado registros do software “First Mile”. Agora, o deputado federal alega ser “perseguido” sem motivações claras.