Projeto de Marden Jr. tem sido capaz até de tirar Dr. Antônio das urnas
Acostumado a se candidatar a cada dois anos, o médico Dr. Antônio, com vasta experiência eleitoral, deverá ficar em algum pronto-socorro falando das boas novas do prefeito Marden Jr.
É praxe. A cada dois anos, desde 2008, Antônio Carlos Caetano de Morais, o Dr. Antônio, se candidatou a algum cargo eletivo em Trindade. Ele passou por cinco partidos, perdendo seis eleições, mas vencendo duas: em 2008, quando foi eleito vereador pelo PSDB e, dez anos depois, em 2018, a deputado estadual pelo DEM (atual União Brasil após fusão com o PSL).
Tentou a prefeitura da Capital da Fé duas vezes: em 2020 e 2016. Antes, em 2012, tentou a vice na chapa de Ricardo Fortunato, que, agora no Republicanos, estava filiado, à época, no MDB.
Este ano, contudo, parece que o Dr. Antônio vai quebrar a regra que já dura 16 anos e apoiar o projeto de reeleição de Marden, de quem Dr. Antônio é colega de filiação no União Brasil do governador Ronaldo Caiado que, inclusive, preside a sigla estadual. Talvez por isso que o Dr. Antônio, que é um respeitado médico – ginecologista e cirurgião geral – na cidade, foi anunciado no quadro de atendimento à população.
Bom lembrar que o político, que sempre aparece em cartelas de pesquisas de institutos que aparecem nas ruas da cidade a cada eleição, atualmente é suplente de deputado estadual: em 2022, ele conseguiu 28.513 votos, quase que majoritariamente de Trindade.
Não fosse o sucesso de outro político local, George Morais, do PDT – ele preside a legenda e é casado com a deputada federal Flávia Morais -, quiçá Dr. Antônio teria entrado na Alego. George foi eleito ao parlamento com 38.336 votos.
É neste contexto que o cenário pré-eleitoral vai se formando no entorno da busca pelo poder ou manutenção dele na cidade da fé goiana. Quem vai apoiar quem? Quem vai ser vice de quem?
O que se pode imaginar, contudo é: Marden e Dr. Antônio, o ‘eterno’ candidato, devem isolar, ainda mais, os Morais: marido e mulher. Inclusive, Flávia, que é uma querida na cidade, parecia motivada, pelo menos é o que pregava aliados, para concorrer à prefeitura.
Flávia, aliás, tem voto – e muito – na cidade. Para o quarto mandato na Câmara Federal, obteve, ano passado, 142 mil votos. E olha que, lá em 2012, ela se meteu na disputa à prefeitura contra alguns pesos pesados, como Ricardo Fortunato e Jânio Darrot, que saiu vitorioso. No, até agora, consenso em prol de Marden, Darrot caiu fora do páreo em Trindade e tem articulado para se lançar, na base de Caiado, na capital. É um esforço danado, mas, ao que parece, tudo está na direção de fortalecimento do grupo do jovem prefeito.
Naquela eleição em 2012, Darrot, que venceu o pleito pelo PSDB, teve 44,36% dos votos – conquistou 27.174 mil eleitores. Ricardo Fortunato, por sua vez, pelo MDB, obteve 30,79%, ou seja, 18.859 mil votos. Já Flávia, na metade do primeiro mandato em Brasília, sempre pelo PDT, conseguiu 24,85%: 15.22 mil votos.
De qualquer maneira, não parece que, com mandatos – marido e mulher, na Alego e Câmara Federal, respectivamente – estejam desesperados por um desgaste contra um prefeito que tem tido tanta sorte. Será? Indagação a ser respondida nas próximas semanas. Afinal, o presidente do PDT, George Morais tem outra missão: expandir o número de prefeitos da legenda de 16 a 25. E, com controle partidário, vai ser difícil resistir a uma disputa que, parece, ter tirado tanta gente forte do páreo.