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sábado, 23 de novembro de 2024
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PL na mira da PF

PL teria sofrido instrumentalização para intervir nos resultados das eleições de 2022, afirma PF 

Valdemar Costa Neto, preso nesta quinta-feira (8), em flagrante, por porte ilegal de arma, é apontado como principal fiador dos questionamentos que envolviam a lisura das urnas | Foto: Augusto César e Beto Barata/PL

Postado em 8 de fevereiro de 2024 por Isadora Miranda
Valdemar Costa Neto

Nesta quinta-feira (8), foi deflagrada operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores que estariam envolvidos na tentativa de invalidação do êxito do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Relatórios da PF indicam que teria ocorrido instrumentalização dentro do Partido Liberal (PL), visando a consumação de um suposto golpe de Estado a partir da restrição das atividades do Judiciário.

Principal Fiador 

Valdemar Costa Neto, ex-deputado federal e presidente do PL, foi preso em flagrante na manhã desta quinta-feira (8), em Brasília, por porte ilegal de arma. Um dos principais apontamentos das investigações consiste na suposta atuação de Costa Neto como o principal “fiador” dos questionamentos que envolviam a integridade das urnas eletrônicas.  

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e, entre as medidas determinadas pela Suprema Corte, estão: a entrega do passaporte de Jair Bolsonaro, sua proibição de deixar o país, proibição de manter contato com demais investigados e, ainda, a prisão de quatro dos ex-assessores do ex-presidente. 

“O ápice dessa estratégia ocorrido no dia 22/11/2022, quando a Coligação PELO BEM DO BRASIL (formada à época pelo Partido Liberal, Republicanos e Progressistas), ingressou com ação judicial ‘Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária’ com pedido que, na prática, anularia os votos computados pelas urnas fabricadas antes de 2020.”, informa Moraes no documento.  

Em 2022, o Partido Liberal pediu, ao TSE, a verificação do resultado do segundo turno das eleições, alegando falta de lisura nas urnas, mas sem apresentar quaisquer provas consistentes sobre. 

‘Núcleo Jurídico’ e ‘QG do Golpe’ 

Alguns nomes integrariam o chamado “núcleo jurídico”: o advogado Amauri Saad, que seria o autor da minuta do golpe, e Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, estão na lista.  

“O aprofundamento das análises realizadas pela Polícia Federal a partir do recebimento dos histórico de ERBS (Estação Rádio Base) e dos dados telemáticos de geolocalização fornecidos pela UBER DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA vinculados aos investigados AMAURI FERES SAAD, JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA e FILIPE GARCIA MARTINS PEREIRA demonstrou forte convergência entre os episódios citados e a utilização da estrutura partidária fornecida pelo Partido Liberal (PL) para a atuação do Núcleo Jurídico da organização criminosa responsável pelo assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.”, comunica representação da PF citada por Moraes.  

No texto, é afirmado que uma residência em Brasília teria sido alugada para o fim de servir como um “QG do Golpe”, onde supostos envolvidos na organização criminosa se juntariam para diversas atividades, como a “elaboração de minutas com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos golpistas do grupo investigado”, mostra. 

Ainda, a PF indica que existiria uma “intrínseca relação entre núcleo jurídico da organização criminosa responsável pelas minutas golpistas e o Partido Liberal, na pessoa de seu dirigente máximo, VALDEMAR COSTA NETO”. 

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