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sábado, 23 de novembro de 2024
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Prêmios Quirino

Bizarros Peixes das Fossas Abissais, de Mara, é selecionado nos Prêmios Quirino, na Espanha 

A animação concorre na categoria Melhor Longa-Metragem de Animação no evento focado em produções animadas e produções televisivas ibero-americanas

Postado em 13 de fevereiro de 2024 por Luana Avelar
Prêmios e festivais internacionais aplaudem a trajetória de sucesso

O mundo da animação brasileira ganha destaque internacional com a indicação de ‘Bizarros Peixes das Fossas Abissais’ nos Prêmios Quirino, renomada premiação ibero-americana voltada para produções televisivas e cinematográficas de animação. A obra, dirigida por Marão, é a única representante brasileira na categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação.

Desde sua estreia em 25 de janeiro deste ano, o filme tem conquistado espectadores, agora consolidando seu reconhecimento em uma premiação internacional de prestígio. A parceria de distribuição entre Sessão Vitrine Petrobras e Boulevard Filmes trouxe a produção para as telonas e, até o momento, mantém sua exibição em alguns cinemas do Brasil.

O enredo peculiar mergulha o público em uma jornada única pelas profundezas do oceano, guiada por três personagens cativantes. Natália Lage, Rodrigo Santoro e Guilherme Briggs emprestam suas vozes a uma mulher dotada de superpoderes excêntricos, uma tartaruga com transtorno obsessivo-compulsivo e uma nuvem com incontinência pluviométrica.

O diretor Marão, conhecido por sua abordagem única e inovadora, trouxe à vida um universo subaquático repleto de surpresas e personagens memoráveis. A indicação aos Prêmios Quirino atesta não apenas a qualidade técnica da animação, mas também a capacidade do cinema brasileiro de se destacar globalmente.

Os Prêmios Quirino acontecerão de 9 a 11 de maio em Tenerife, na Espanha. O filme concorre com produções de alto calibre, demonstrando o talento e a diversidade presentes na indústria de animação do Brasil.

Com sua narrativa envolvente e personagens únicos, a animação promete deixar sua marca não apenas nos corações dos espectadores brasileiros, mas também na cena internacional de animação. A expectativa agora é voltada para a noite de premiação, onde o Brasil aguarda ansiosamente pela possibilidade de ver sua produção brilhar entre as melhores da animação ibero-americana.

O filme fez uma linda trajetória em festivais internacionais e nacionais. A obra recebeu Menção Honrosa dentro da Première Brasil – Novos Rumos no Festival do Rio deste ano. Também recebeu o prêmio de Melhor Longa pelo Júri Popular do MONSTRA Festival, em Lisboa, e fez parte da programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, do Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano de Havana (CUBA) e da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

“É um título estranho para um filme estranho. A protagonista traça uma jornada heroica em busca de algo. No caso, a heroína percorre múltiplos e distintos locais, desde a Baixada Fluminense até a Sérvia e as fossas abissais do título, para encontrar partes de um misterioso mapa”, explica o diretor que também assina o roteiro do longa.

Essa jornada funciona apenas para possibilitar bizarras situações de humor nonsense durante todo o filme, envolvendo um trio que inclui uma mulher cuja região glútea se metamorfoseia em um primata ao pronunciar a frase ‘Minha Bunda É Um Gorila’. Voltada para o público jovem adulto, essa é uma comédia estilizada de super-heróis bizarros.

“A animação 2D tradicional é utilizada seguindo a técnica chamada de full animation, na qual todo o personagem se move e não apenas partes dele: se ele corre, todo o personagem é redesenhado para movimentar os braços e pernas e também os cabelos e roupas, criando um movimento mais fluido essencial para as – muitas – cenas de ação e de luta deste que é um filme de super-heroína, mas simultaneamente de humor exagerado”, explica o cineasta. 

Marão conta que fez seu primeiro longa da mesma lógica que seus curtas: sem model sheet, sem storyboard e sem animatic, improvisando as cenas de um modo teatral, em ordem cronológica. “A primeira cena do filme foi a primeira a ser animada e a última foi a última a ser animada. A narrativa e o design dos personagens evoluíam à medida que o filme avançava, assim como uma graphic novel autoral onde o design do personagem se altera com o passar das páginas. E eu não queria ‘dirigir’ enquanto uma equipe animava e desenhava. Eu queria desenhar e animar também, de preferência a maior parte do filme.”

O diretor explica que fez diversos desenhos a lápis no papel, e montou uma pequena equipe com pessoas próximas para produzir BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS. “Ao invés de quatrocentos animadores, fomos Rosaria, Fernando Miller e eu a animar o longa em 2D tradicional / full animation por seis anos. Antes disso, foram quase quatro anos para captação de recursos. Praticamente dez anos no total. A equipe foi formada intencional e exclusivamente por pessoas que amo e com quem já trabalhava há anos, ou décadas.”

Marão já fez 14 curtas, e conta com 667 participações em festivais por todo o mundo. O diretor é um nome conceituado e premiado no ramo das animações. Contando com sua estreia na direção de longas, Marão possui 15 filmes, passagem por 667 festivais e 127 prêmios. Em seu vasto currículo de curta-metragens, pode-se destacar ‘Até a China’ (2015), ‘Eu queria ser um Monstro’ (2009), “

‘O Anão Que Virou Gigante’ (2008),  ‘O Arroz Nunca Acaba” (2005), “Chifre de Camaleão’ (2000) e “Cebolas são Azuis” (1996). O último, por sinal, marca sua estreia na direção de curtas de animação.

Sinopse

Uma mulher com esdrúxulos superpoderes, uma tartaruga com transtorno obsessivo-compulsivo e uma nuvem com incontinência pluviométrica em uma insólita jornada até as profundezas do oceano.

Sobre Marão

Marão, formado na Escola de Belas Artes da UFRJ, é diretor de animação e Presidente-fundador da ABCA. Com catorze curtas-metragens notáveis, como “Eu Queria Ser um Monstro” e “O Anão que Virou Gigante”, além de participação em mais de trezentas animações para publicidade, internet, TV e cinema. Foi professor na pós-graduação em animação da PUC por sete anos, coordenador do Dia Internacional da Animação desde 2003 e sócio-gerente da produtora Marão Desenhos Animados. Seus trabalhos foram destaque em 642 festivais em mais de quarenta países, conquistando 123 prêmios. Homenageado no 20º Anima Mundi, Marão recebeu retrospectivas em diversos festivais, incluindo Baixada Animada, Iguacine, Animanima (Sérvia), ReAnimania (Armênia), Anima BR (Angola) e ANIMAGE (PE).

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