“Não tem condenação e tem direito ao contraditório e ampla defesa”, diz Waldir sobre Jânio
Ex-prefeito de Trindade é pré-candidato à prefeitura de Goiânia pela base caiadista e foi alvo de operação da Polícia Civil na última semana
Vice-presidente estadual do União Brasil, o Delegado Waldir Soares reforça que o ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (MDB), não deixou de ser um pré-candidato à prefeitura de Goiânia. “Não tem condenação, tem direito ao contraditório e ampla defesa. O candidato sai apenas na convenção, em agosto, ninguém nasce de três meses”, afirmou ao Jornal O Hoje.
O ex-prefeito foi alvo de operação da Polícia Civil em 8 de fevereiro. Na data, agentes estiveram na prefeitura do município, conforme a própria administração confirmou, e na casa do ex-gestor, segundo o vereador Edson Cândido.
A ação investiga licitações e contratos de exercício do ano de 2013, época em que Jânio cumpria seu primeiro mandato à frente da cidade. Em nota, Darrot pontuou que “seus atos enquanto gestor foram norteados pelo zelo com a administração pública, garantindo a ele uma alta aprovação enquanto esteve à frente do executivo municipal”.
Além disso, afirmou estar à disposição para contribuir com qualquer tipo de investigação. Pré-candidato à prefeitura de Goiânia, ele também declarou que estava se inteirando da investigação da Polícia Civil para poder se manifestar. Na ocasião, ele estava em Ceres, acompanhando uma de suas filhas que passou por procedimento cirúrgico. “Darrot se considera surpreso diante de uma investigação deflagrada 11 anos após o suposto fato, e, principalmente, diante do atual contexto político”, emenda trecho da nota.
De volta ao Delegado Waldir, ele reforça que Darrot, como vários outros nomes, são pré-candidatos da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Estes, o vice-presidente do União Brasil ressalta, precisam se viabilizar eleitoralmente.
“Cair no gosto do povo, aparecer bem em pesquisas qualitativa/quantitativo e convencer quem decide: Caiado, [o vice-governador] Daniel Vilela (MDB) e presidentes de partidos da base.”
Sobre a operação em si, Waldir não comenta. Ele cita que nem a polícia e nem o governador estão falando sobre o assunto. Isso porque a investigação corre em sigilo, mas a ação vazou para a imprensa. “Respeito e lealdade são importantes”, pontua enigmaticamente.
Pré-candidatos
Questionado se poderia concorrer ao páreo, sendo um dos pré-candidatos, ele diz que não. “Diria para você que o meu nome tá fora.” Ele, entretanto, cita que o nome da filha do ex-prefeito Iris Rezende, Ana Paula Rezende (MDB), continua dentro.
“Bruno Peixoto (União Brasil) é o nome que eu acredito que esteja fora”, se refere ao presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Bruno anunciou recuou na pré-candidatura ao paço há alguns dias. Contudo, aliados falam em estratégia e veem movimentos do deputado para se manter vivo na disputa.
Sobre a operação
A prefeitura de Trindade afirmou, por meio de nota, que forneceu todos os documentos que se encontravam no arquivo à Polícia Civil. A gestão municipal ainda informou que reforça “o compromisso desta administração com a transparência, responsabilidade e compromisso social, colocando-nos à disposição para continuar colaborando com as solicitações da justiça”.
A Polícia Civil, por sua vez, confirmou a operação, mas evitou detalhes. A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) investiga “suposta fraude na contratação de empresa de locação de veículos, cuja apuração sugere possível prejuízo aos cofres públicos. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. As investigações seguem em sigilo”.
Uma decisão obtida pelo Jornal O Popular revela que a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 3,24 milhões de Jânio, bem como quebra de sigilos. O documento cita que a investigação apura fraude em licitação e corrupção na contratação de aluguel de máquinas durante sua gestão em Trindade.
O contrato teria sido assinado com empresa ligada à família de Darrot que foi transferida para um funcionário. A defesa recorreu e argumentou que a investigação começou por denúncia anônima e que o contrato já tinha sido alvo de apuração do Ministério Público, que arquivou a análise.