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domingo, 24 de novembro de 2024
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Novo aumento

Preço da cenoura tem aumento superior a 90% no último mês

A laranja também ficou mais cara. Os altos preços se deveram à oferta restrita para o varejo e à forte demanda tanto da indústria quanto do atacado

Postado em 11 de março de 2024 por Alexandre Paes
Goiás

O clima tem sido um fator importante na oferta das hortaliças e frutas no início deste ano. As chuvas registradas em janeiro em importantes regiões produtoras da cenoura, por exemplo, prejudicaram a colheita, reduzindo os volumes da raiz disponíveis nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços do produto no atacado mais que dobraram nas Ceasas de Goiânia, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

A menor elevação foi registrada em Brasília, onde foi verificado um aumento de 38,89%. Com isso, o percentual de alta da média ponderada da cenoura ficou em 96,91%, como mostra o Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). “A menor oferta registrada no mercado atacadista influenciou diretamente nos preços da cenoura. Depois de ter atingido os maiores volumes de comercialização nos últimos três meses do ano passado, em janeiro a movimentação nesses entrepostos apresentou queda de quase 20%, em relação a dezembro de 2023. 

Minas Gerais, principal abastecedor dos mercados a nível nacional, teve seus envios às Ceasas reduzidos em cerca de 30%. Goiás, outro estado importante na produção de cenoura, também registrou uma redução em torno de 25% no volume enviado”, explica a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres. “O clima desfavorável para a colheita também afetou a produção e os plantios, o que poderá ocasionar novas altas de preço nos meses seguintes”, ressalta.

Alta também para a batata, que na média ponderada subiu 35,25%. De acordo com o Boletim da Conab, o abastecimento do tubérculo está concentrado na safra das águas, que não tem sustentado os níveis de oferta. As chuvas sobre as principais regiões produtoras ocasionaram o atraso do plantio, impactando nos envios aos mercados em janeiro. Já para a alface não foi verificado um movimento uniforme no comportamento dos preços nas Ceasas analisadas. Ainda assim, a média ponderada teve uma leve alta de 6,28%.

Dentre as frutas, a maior elevação nos preços ficou para a banana. Na média ponderada a alta ficou em 13,84%, sendo Brasília e Rio de Janeiro as Ceasas que registraram os maiores acréscimos nos índices percentuais, 33,65% e 26,09% respectivamente. A subida das cotações é explicada, principalmente, pela entressafra da produção da variedade prata na Bahia e no norte de Minas Gerais, principais fornecedores aos mercados atacadistas.

A laranja também ficou mais cara. Os altos preços se deveram à oferta restrita para o varejo e à forte demanda tanto da indústria quanto do atacado. “A procura internacional por suco se mantém aquecida. Além disso, vale lembrar que as três safras anteriores foram menores, o que possibilita que os estoques das frutas permaneçam baixos. Esse cenário contribui para que haja pressão de alta nos preços”, explica Torres. No que tange ao mercado de maçã, ocorreram pequenas elevações na maioria das Ceasas. Esse aumento se justifica por causa da baixa oferta. No entanto, a menor demanda, resistente aos preços elevados já praticados, ajudou a frear a alta.

Em janeiro de 2024, o volume total enviado ao exterior foi de 84 mil toneladas, inferior em 6,75% em relação a janeiro de 2023, e o faturamento foi de U$S 92 milhões, superior 26,73% em relação ao primeiro mês de 2022 e de 4,23% em relação a janeiro de 2023. A expectativa é que em 2024 as exportações se mantenham em bons níveis, com possível aumento do volume exportado. Essa boa perspectiva se deve aos investimentos nas culturas feitos no ano passado, à estabilidade nos custos de produção pós-pandemia, aos problemas climáticos em alguns países, entre outros fatores.

Produtos com preços mais baixo 

Em contrapartida aos aumentos verificados, cebola, tomate, mamão e melancia ficaram mais baratos no último mês. Em janeiro, ocorreu a reversão do movimento de alta de preço que vinha se apresentando no mercado de cebola. As chuvas no final de 2023 e início de 2024 na região sul prejudicaram a colheita e a qualidade do bulbo. A qualidade prejudicada pela umidade do produto provoca desvalorização e é fator de contenção dos preços.

Já no caso do tomate, a queda nas cotações é explicada pelo aumento na oferta. Os envios de São Paulo, por exemplo, apresentaram aumento de quase 50%. Mas, esse cenário pode não se repetir em fevereiro. No início deste mês, os preços voltaram a apresentar alta, muito provavelmente pela reduzida disponibilidade de tomate em ponto de colheita.

Também foi verificado um aumento na oferta tanto para o mamão papaya quanto para o formosa, o que influencia nos menores preços praticados. O calor nas principais regiões produtoras acelerou o amadurecimento, e muitas frutas tiveram que ser colhidas muito pequenas. Além da maior quantidade ofertada nos mercados, a demanda foi baixa, outro fator de pressão de queda nas cotações. Já na melancia, a redução nos preços é explicada, principalmente, por causa da menor demanda verificada na região Centro-Sul do país, devido ao tempo mais chuvoso e à menor qualidade de alguns carregamentos de melancia originários de praças gaúchas e paulistas.

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