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sábado, 23 de novembro de 2024
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Eleições

Quem ganha com distanciamento entre Mendanha e Vilmarzinho

Núcleo de pré-campanha do Professor Alcides parece não acreditar no racha que torna, cada vez mais, o projeto ‘mamão com açúcar’

Postado em 14 de março de 2024 por Yago Sales
Distanciamento provoca racha no grupo emedebista | Foto: Reprodução

O distanciamento entre o prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano (MDB) e o ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB) provoca um racha no grupo emedebista que, até agora, mantém a postura de garantir a continuidade de uma série de quatro mandatos guiados pelo emedebismo, inaugurado por Maguito Vilela em 2012, na cidade.

Considerado “abismo desnecessário” por emedebistas, fissuras no barco que visavam reconduzir Vilmarzinho Mariano ao cargo em outubro podem, na verdade, favorecer, ainda mais, o projeto do deputado federal Professor Alcides (PL) que deve tentar, pela terceira vez, ser prefeito da cidade. 

Professor Alcides (PL) é, quiçá, uma das personalidades empresariais e políticas com maior importância na história de Aparecida de Goiânia. Sobretudo quando se fala em educação. Antes de tentar ser prefeito da cidade pela primeira vez em 1996, foi vereador por dois mandatos. Perdeu o pleito para o candidato do MDB Ademir Menezes. 

Quatro anos depois, em 2002, tentou uma vaga na Câmara Federal. Não conseguiu eleger-se. Na eleição seguinte, em 2006, concorreu à Assembleia Legislativa. Perdeu de novo – era do PP nas duas eleições. Enquanto isso, sua vida empresarial no ramo da educação só crescia. 

Lá em 2014 aceitou compor chapa com Vanderlan Cardoso (PSB). Disputou na vice pelo PSC. Em 2016, Professor Alcides voltou a concorrer à Prefeitura de Aparecida. Enfrentou o escolhido para suceder Maguito Vilela, o então jovem vereador Gustavo Mendanha (MDB), que, com o antecessor no palanque, venceu o pleito. Em 2018, Professor Alcides acertou o prumo e foi eleito deputado federal. Em 2022 foi reeleito. 

Embora tivesse tido influência em boa parte das gestões emedebistas na cidade, Professor Alcides, ao passo que foi se constituindo uma liderança política e consolidada em Brasília, obtendo a simpatia do ex-presidente Jair Bolsonaro, angariou um forte grupo ao seu redor e fará oposição a Vilmar Mariano. 

Bolsonaro, que é uma aposta para grandes trunfos nas eleições com o PL como protagonista – partido com o qual Professor Alcides vai à disputa em outubro – esteve no ano passado no aniversário do colega de sigla. Não garantiu o nome de Professor Alcides, mas, ao subir no palanque e ser ovacionado como estrela da direita presente, com deputados estaduais, vereadores e lideranças, carimbava o seu apoio. 

Desde que adentrou, pela primeira vez, as portas da política, é a primeira vez que Professor Alcides entende que pode conquistar, de fato, o grande sonho de ser prefeito da cidade em que viu a vida toda se formando, sobretudo financeira. 

O distanciamento — por enquanto é assim que se pode classificar o movimento — gera preocupação em emedebistas do Palácio Maguito Vilela. Vilmar Mariano que, por ora, peleja para dar andamento a obras e escalar alguns pontos na popularidade, deve se preocupar: perde, com tudo isso, o principal cabo eleitoral na cidade. 

Gustavo Mendanha, bom lembrar, foi reeleito com cerca de 97% dos votos em 2020. Afoito, tentou concorrer ao governo em 2022 e, por isso, deixou o cargo de prefeito para o vice, Vilmar Mariano, que não dormiu mais que quatro horas durante a disputa do antecessor contra Ronaldo Caiado. Concedeu entrevistas, defendeu Mendanha, criticou Caiado. Esperava, como repete um emedebista sob anonimato: “apoio irrestrito de Mendanha, mas, agora, parece não acreditar nisso nem precisar”. Este é o clima.

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