Em discurso, Lula critica Bolsonaro e afirma que ‘política está tomada pelo ódio’
Críticas se direcionaram ao crescimento da extrema-direita no mundo
Durante cerimônia realizada em Porto Alegre (RS), nesta sexta-feira (15/3), para divulgar novos investimentos no estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu críticas sobre a extrema-direita. Segundo ele, a democracia corre risco no mundo.
“A política, no mundo inteiro, está tomada pelo ódio. A política está tomada por um ódio que certamente a maioria de vocês nunca tinha vivido. Não estávamos acostumados a fazer política assim”, disse Lula. “É o Milei na Argentina. Quer fechar Banco Central, passar serrote. É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome. Até hoje ele não reconhece a derrota dele. Outro dia ele falou que não sabe como perdeu”, completou.
‘Prazo de validade’ do mandato
Mesmo que, para Lula, o crescimento da extrema-direita represente um grande risco para a saúde da democracia, a principal necessidade da gestão é gerir, de maneira proveitosa, o País. “O mandato tem prazo de validade. Tem hora da entrada e hora da saída. Eu tenho o compromisso de recuperar este país economicamente. De dar civilidade àqueles que não têm civilidade hoje. Recuperar o humanismo entre os seres humanos. E fazer com que as pessoas esquecidas historicamente tenham vez e voz neste país”, enfatiza.
“O que corre risco no mundo é a democracia. Corre risco pelo fascismo, corre risco pelo nazismo, corre risco pela extrema-direita raivosa, ignorante, bruta, que ofende as pessoas, que não acredita nas pessoas”, afirmou o presidente.
O chefe do Executivo afirmou, ainda, que Bolsonaro não reconheceu sua derrota. “[…] Outro dia ele falou ‘eu não sei como perdi’. Ele não sabe como perdeu porque gastou R$ 300 bilhões e achava que não ia perder. E perdeu”, destacou.
Coincidentemente, a declaração foi feita no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou os sigilos de depoimentos que envolvem a suposta trama golpista. Em alguns documentos, é afirmado que o general Freire Gomes teria dito a Bolsonaro que o prenderia caso o planejamento do golpe de Estado continuasse.
Comentários sobre os depoimentos
Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, comentou sobre o teor das informações encontradas nas falas dos envolvidos no inquérito da Polícia Federal (PF), que investiga o suposto plano de golpe, o qual teria ocorrido após as eleições de 2022.
“Fiquei estarrecido com a gravidade das informações. Espero que o poder Judiciário possa concluir o mais rapidamente esse inquérito, que o Bolsonaro e os familiares dele possam ter amplo direito de defesa e que a Justiça tome uma decisão”, assegura Pimenta.