Aumento de queimadas prejudica qualidade do ar no Estado
Número de queimadas em Goiás triplicou nos últimos 12 meses
O número de queimadas registradas em Goiás de janeiro a julho deste ano já soma 448. Os dados são do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) e mostram também que no mesmo período de 2023, foram registradas apenas 187. Quando comparados, é observado uma diferença de 261 queimadas.
Com a chegada do tempo seco e aumento de temperaturas durante o dia, muitas pessoas aproveitam para colocar fogo em terrenos e entulhos, o que prejudica a saúde das pessoas, principalmente daquelas que sofrem com doenças respiratórias.
André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), destaca que o inverno da região central do Brasil é atípico, onde há falta de chuvas e aumento de temperaturas na maior parte do dia, apesar de ficarem mais baixas na parte da noite.
Para os próximos 15 dias a tendência é que as temperaturas fiquem mais baixas no período da manhã. Porém, o ar frio de origem polar que percorre o país não tem intensidade suficiente para manter o dia inteiro frio. Assim, as temperaturas ficam mais baixas pela manhã e mais elevadas no período da tarde. Somadas às queimadas, a baixa umidade relativa do ar, também gera preocupação nesse período do ano, já que não tem chuvas para amenizar essa situação.
Atualmente a umidade cai até 22%, o que já configura como estado de atenção. Segundo André, os prognósticos apontam que gradativamente essa umidade vai baixar até chegar em 10%, que é o esperado para o mês de agosto e setembro deste ano.
“Aí sim a umidade relativa do ar vai ficar mais crítica no estado e nós vamos entrar em estado de emergência”, alerta André, ao dizer que o corpo sofre essas alterações bruscas.
O gerente chama atenção para a prática de queimadas nesse período do ano. “Evite, não coloque fogo em lote baldio, nem pastagem, em qualquer lugar que seja. Porque realmente é muito problemático”, orienta André.
“Quando você olha o horizonte em Goiânia já está cinza. Nós recebemos algumas fotos da região do setor Bueno e estava tomado de fumaça proveniente de queimadas”, comenta o gerente.
André pontua que é uma questão de consciência da população. “ Vai tirar o mato? aciona a prefeitura, você tem os órgãos municipais para resolver essa situação”, enfatiza, ao dizer que o fogo não é a melhor solução, pelo contrário, o fogo só vai prejudicar a vida das pessoas.